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Pratique o desapego do que não acrescenta nada à sua vida

Quem não tem guardado, há anos, um jeans que não serve mais, que atire a primeira pedra. Mas apegar-se a coisas que não acrescentam nada pode virar doença. Saiba por quê

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 13h24 - Publicado em 2 out 2013, 21h00
Pratique o desapego do que não acrescenta nada à sua vida

Comece a praticar o desapego doando aquelas peças que você não usa há mais de um ano
Foto: Getty Images

Ok, as conexões com pessoas, objetos, lugares e situações são importantes e fazem parte daquilo que somos. O problema é quando algumas delas já não nos dizem mais respeito, porém o apego é tamanho que não nos permitimos seguir sem elas. Resultado: as transformações necessárias para a nossa vida acabam não acontecendo e ficamos estagnadas. “Muita gente permanece na chamada zona de conforto, mesmo que seja pra lá de desconfortável. Pode ser no emprego, nos relacionamentos, no casamento… Ainda que aquilo incomode, nos agarramos à ideia de que já sabemos como lidar com a situação e mantê-la sob controle. O novo, por sua vez, é imprevisível”, diz a psicóloga Márcia Luz (SP).

ALTO PREÇO

O apego excessivo pode ser muito perigoso. Mais do que nos colocar diante da inércia, pelo medo de agir e de abrir mão de algo, ele pode levar à obsessão e funcionar como um estímulo para o sofrimento. “Sentir dor frente a alguma adversidade é um fato compreensível. No entanto, ficar remoendo durante muito tempo uma dor ou lembrança faz mal tanto para a saúde psicológica quanto para a física, favorecendo a incidência de depressão, ansiedade e até câncer”, explica Jô Furlan (SP), médico, neurocientista e especialista em comportamento humano.

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A psicóloga Márcia Luz concorda com o alerta e dá exemplos de outros males que geralmente são impulsionados pelo excesso de apego. “O desprendimento desencadeia a raiva, que eleva a produção de suco gástrico, provocando úlcera e gastrite. Pessoas que têm apego emocional internalizam as sensações e não conseguem manifestá-las, sentem-se sufocadas e desenvolvem asma.” Mais: quem não abre mão de nada costuma ter prisão de ventre. Já o medo do novo tende a levar à síndrome do pânico – a pessoa se confina dentro de casa, porque é o único ambiente onde ela controla tudo.

PONTO DE EQUILÍBRIO

Engana-se quem acredita que as pessoas completamente descomprometidas, que não se apegam a nada nem a ninguém, são bem resolvidas. “É preciso se permitir criar laços, viver uma grande história de amor, por exemplo. Fugir disso por medo de se machucar tende a levar a uma jornada incompleta”, diz Márcia. Então, qual é a recomendação? Buscar a moderação; afinal nenhum excesso é saudável. A boa notícia é que todo mundo pode desenvolver a habilidade de se desapegar um pouco mais. E a primeira medida para isso é dar a devida importância a cada coisa, sem extrapolar no julgamento. “Temos que valorizar a vida e não o que obtivemos ao longo dela. O ser humano foi criado para seguir adiante, evoluir. Sendo assim, a felicidade não pode significar um fim, um local no qual você se acomoda e não quer sair. Ela deve ser um caminho, que nos impulsiona sempre”, argumenta Jô Furlan. Fazer pequenas mudanças no dia a dia ajuda a se desapegar, abandonar a zona de conforto e, de quebra, beneficia o cérebro. “Quando fugimos do habitual e encaramos uma novidade, obrigamos a mente a estabelecer novas conexões e, assim, ativar áreas que estavam subaproveitadas”, completa Jô Furlan. E cá entre nós, vale a pena substituir o receio da novidade pela coragem de ser surpreendida. O desconhecido pode se tornar uma agradável descoberta.

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QUESTÃO DE PRÁTICA

Demonstrar apego diante das situações não é sinal de que você está fadada a repetir o comportamento ano após ano. Acredite: somos capazes de reprogramar as nossas emoções e, assim, aproveitar a vida de um jeito mais leve. “Enquanto o apego é como um mel nas mãos, que faz tudo ficar grudando, o desapego é como ter mãos livres e limpas. Podemos apanhar um objeto e depois colocá-lo de volta no seu lugar, cientes de que nada pertence ao ser. Nos libertamos de amarras”, pontua a monja Coen, fundadora da Comunidade Zen Budista (SP). Pronta para fazer pequenas, mas poderosas mudanças na sua vida?

– Revise o seu guarda-roupa uma vez por ano.

Se nas últimas quatro estações você não usou uma peça, é porque ela não é importante. Doe para quem precisa! E dê uma roupa sempre que comprar outra.

– Estimule a independência dos seus filhos.

Elogie quando eles tomarem decisões sozinhos e pense na possibilidade de um intercâmbio. Essas experiências contribuem para o crescimento.

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– Doe brinquedos.

Aproveite que o Dia das Crianças vem aí e proponha aos pequenos que separem alguns itens para alegrar a vida de quem precisa.

– Participe de grupos de troca ou bazares.

Existem lugares (inclusive online) que propiciam a permuta de roupas, livros, objetos etc.

– A cada seis meses mude algum móvel de lugar.

Isso faz a energia circular e cultiva o gosto pela novidade.

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– Proponha ao parceiro que vocês revezem o lado da cama.

A atitude é simples, mas ajuda a alterar a rotina e exercita a flexibilidade.

– Desligue o piloto automático.

Experimente tornar cada dia diferente. Ideias: escolha um caminho novo para chegar ao trabalho, use o relógio no pulso que não está habituada, comece o banho ensaboando uma parte diferente do corpo. Tudo isso abre espaço para o novo!

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