Por que ficamos tão reflexivas e achamos que o Ano Novo muda tudo?
É um ciclo que se fecha, afinal de contas.
“Adeus, ano velho. Feliz ano novo. Que tudo se realize no ano que vai nascer: muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender” ou, em uma versão express, “Ano novo, vida nova”.
Basta começar dezembro para crermos que tudo mudará dali a alguns dias. Na última semana do mês, então, é naturalíssimo ficarmos reflexivas pensando no que rolou ao longo do ano, fazermos retrospectiva mês a mês (no Instagram ou nas nossas cabeças) e planejarmos os pedidos de novidades a serem feitos na virada para o dia 1º de janeiro.
Mas por que tudo isso se, em teoria, 31 de dezembro e 1º de janeiro são apenas dois dias no calendário? O sol vai nascer, vai se pôr, talvez chova… Tudo como de praxe.
A segurança dos ciclos
A resposta está nos ciclos. “Como a natureza funciona em ciclos que se repetem, a observação do início e do fim deles trouxe ao ser humano uma pseudo-segurança e uma certa sensação de controle e previsibilidade dos fenômenos naturais”, diz Patrícia Cândido, filósofa, escritora e cofundadora da Instituição Luz da Serra-RS. “Em toda a história da humanidade, os inícios e finais de ciclo sempre foram importantes para marcar recomeços, reinícios.”
A psicóloga clínica e coach comportamental Elizandra Knust afirma que essa necessidade por começo, meio e fim é clara até no dia a dia, quando não há uma ocasião especial envolvida:
“Quando falamos em ‘ter uma razão para levantar pela manhã’, estamos falando de ciclos. É ter um novo ciclo a cada dia, uma nova chance de fazer dar certo hoje o que deu errado ontem, mesmo que seja no mesmo trabalho, na mesma rotina. Encarar isso como uma oportunidade, não como um fardo, é motivo de alegria para qualquer pessoa, assim como acreditar que a virada de ano trará novas oportunidades boas.”
Balanço
Segundo Patrícia e Elizandra, a chegada do fim do ciclo anual leva naturalmente a um balanço dos últimos 365 dias. “É muito comum as pessoas fazerem suas faxinas de final de ano, descartando objetos, roupas e coisas que não querem levar para o próximo ano. Inclusive este é o período de balanço no mundo corporativo: as empresas contam os estoques e planejam o ano que está para começar”, lembra a filósofa.
Ela reforça que a vibração geral de repensar e encerrar ciclos gera um inconsciente coletivo, um “psiquismo da Terra” que acaba exercendo influência sobre cada um de nós, e a tendência é que nossas emoções entrem nessa vibração e nos levem a refletir, definir metas e objetivos. “É como se o psiquismo da Terra, construído pelos pensamentos de todos os humanos, emanasse uma força maior do que a nossa força individual, que exerce influência sobre cada um de nós, mesmo que saibamos conscientemente que o ano novo é apenas um dia depois do outro.”
Simpatias
Mesmo quem não acredita em simpatias e rituais se deixa dobrar no Réveillon: as sementes de romã vão para a carteira, já que “mal não vai fazer”, assim como as colheradas de lentilha são saboreadas para atrair riqueza, porque “dinheiro a mais não se recusa”.
“O que atrai a prosperidade não é a lentilha em si, mas a força do pensamento direcionado é que gera o campo eletromagnético de atração da prosperidade. Se as pessoas tivessem um maior esclarecimento sobre seus poderes extrafísicos, sua energia e capacidade de atração, estariam mais focadas na construção de suas metas o ano inteiro e não somente no período do final de ano”, opina Patrícia.
Ano novo, vida nova?
Depende só de você. A virada de ano traz essa sensação de que podemos zerar o cronômetro e recomeçar tudo que quisermos. E nada impede que isso aconteça!
“A fé normalmente é o que separa as pessoas bem sucedidas das pessoas que não conquistam sonhos. Fé é muito importante, é a força motriz que materializa as conquistas. Mas sem foco, ação e determinação, fé é apenas uma crença que não realiza metas e apenas abastece as pessoas que vivem de esperança, sem ação”, observa a filósofa.
Por isso, foco nos desejos de Ano Novo para fazê-los acontecer em 2019. Você pode e merece!