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Por que as mulheres foram afastadas da área de ciência da computação nas últimas décadas

Até 1984 as mulheres ocupavam quase 40% dos cargos na área. Entenda os fatores que geraram uma mudança drástica

Por Ana Carolina Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 11h31 - Publicado em 9 dez 2015, 16h17
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Acredite: há algumas décadas as mulheres eram líderes em ciência da computação. Mas por que essa informação nos soa tão distante atualmente? A partir de 1984 a representação feminina neste campo caiu drasticamente.

Curiosamente, antes da popularização dos computadores pessoais, as mulheres eram muito ativas no campo, especialmente entre 1970 e 1984. Repare a mudança drástica: em 1984 cerca de 37% dos cargos em ciência da computação eram ocupados por mulheres. Em 2011, esse número caiu para 12 %.

Em um podcast da NPR’s Planet Money, os pesquisadores Caitlin Kenney e Steve Henn tentaram desvendar o mistério em torno da debandada das mulheres da ciência da computação.  Para eles, os responsáveis por esse fenômeno são os estereótipos de gênero, especialmente no que diz respeito a brinquedos infantis e o marketing que os envolve. Foi no início da década de 1980 que começou a surgir uma narrativa de que computadores são itens masculinos. Os primeiros computadores pessoais foram quase que exclusivamente comercializados para homens e meninos.

Com a popularização dos computadores e o nascimento de uma nova cultura geek, os programas de TV, filmes, videogames e outros jogos  passaram a reafirmar o domínio masculino no campo da ciência da computação.

Em 1984, a primeira geração de alunos que poderia ter um computador em casa entrou no colégio. Pesquisas da época apontaram que os pais eram muito mais propensos a comprar computadores para os garotos do que para as meninas. Sendo assim, quando essa geração chegou a faculdade, os rapazes já haviam tido muito mais experiência de programação do que as garotas.Muitas jovens mulheres descobriram que já estavam muito distantes de seus pares masculinos. Em cursos voltados para a programação, a maioria das mulheres já começou em desvantagem em relação aos companheiros de classe. Segundo os pesquisadores, o desânimo foi o grande responsável pelas desistências femininas nesta área de estudo.

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Para eles, a forma de mudar este quadro seria estimular nas meninas o interesse por tecnologia e instigá-las a programar, uma vez que a maioria das crianças só interage passivamente com a tecnologia. Algumas opções são incentivar brinquedos e jogos que introduzam conceitos de eletrônica ou engenharia para crianças.

No entanto, uma das atitudes mais eficazes para combater o estereótipo de gênero é inspirar as meninas com histórias de mulheres bem-sucedidas na tecnologia e incentivá-las a escolher carreiras que as interessem, ainda que o mercado diga que são de maioria masculina.

História inspiradora

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Camila Achutti, 23 anos, cientista da computação, foi uma das candidatas ao prêmio Claudia 2015.  “Cresci com a certeza de que trabalharia com programação”, diz a jovem de 23 anos.

Em 2010, ela ingressou na faculdade de ciência da computação da Universidade de São Paulo. Dos 50 alunos, Camila era a única mulher. “Fiquei intimidada e voltei para casa achando que aquilo não era lugar para mim.” Incentivada pela mãe, resolveu insistir por mais algumas semanas. Nessa fase de teste, encontrou a foto da primeira turma do curso, formada em 1971. Para seu espanto, 70% das alunas eram mulheres.

Intrigada com a descoberta, Camila fez uma pesquisa e levantou algumas hipóteses plausíveis para tal disparidade.  Naquela época, os computadores eram utilizados apenas nas universidades ou nos escritórios mais modernos, para facilitar o trabalho das secretárias – postos já ocupados por mulheres. Outro fator importante é que neste contexto as mulheres não eram responsáveis pelo sustento da família e podiam se arriscar em profissões não consolidadas.

Motivada a mudar a realidade e incentivar a participação feminina no mundo digital, Camila criou o blog Mulheres na Computação, que atualmente recebe 30 mil visitantes por mês e fez dela uma das principais porta-vozes da militância pela igualdade de gêneros na informática. Em 2013, ela recebeu um convite para fazer um estágio na sede americana do Google. Atualmente trabalha na Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap).

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