Policiais finalmente são indiciados pela morte de Luana Barbosa dos Reis
Em abril de 2016, Luana negou-se a ser revistada por policiais homens e, em seguida, foi brutalmente espancada pelos PMs.
Três policiais militares foram indiciados pela morte de Luana Barbosa dos Reis, dois anos após a agressão que lhe tirou a vida.
No início da noite de 13 de abril de 2016, Luana levava o filho de moto para a escola quando foi abordada pelos PMs na periferia de Ribeirão Preto, onde morava. Ela negou-se a ser revistada pelos homens e exigiu que uma policial do sexo feminino fizesse isso, como prevê a lei. O que se sucedeu foi um espancamento brutal e Luana faleceu cinco dias depois, por isquemia cerebral e traumatismo crânio-encefálico.
Além de negra, Luana era homossexual e tornou-se símbolo do movimento lésbico, especialmente entre as mulheres pretas e periféricas. A repercussão do caso fez com que a ONU Mulheres e o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) se pronunciassem, afirmando que a morte de Luana é um “caso emblemático da prevalência e gravidade da violência racista, de gênero e lesbofóbica no Brasil”.
Mesmo assim, o processo referente a sua morte estava arquivado até agora na Justiça Militar do Estado de São Paulo. Por envolver PMs, foi determinado que a Justiça Militar ficasse encarregada do caso, mas isso foi revertido a pedido da Promotoria. Agora, o processo está nas mãos da Justiça comum. Isso representa um avanço significativo, mas ainda é cedo para saber se a morte de Luana ficará impune ou não.
O advogado responsável pelo caso, Daniel Rondi, diz que irá fazer de tudo para que os policiais respondam por homicídio doloso (quando há intenção de matar), em vez de lesão corporal seguida de morte. A informação foi dada por ele, em entrevista a EPTV.
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