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“Os homens que mudem”

Nossa colunista Cynthia de Almeida fala sobre a importância da grandes empresas reconhecerem as diferenças entre os gêneros

Por Cynthia de Almeida
Atualizado em 31 out 2016, 11h31 - Publicado em 8 dez 2015, 13h48
Getty Images
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“Temos que parar de dizer às mulheres como elas devem se comportar para crescer na carreira: falar mais alto, ser assertivas, autoconfiantes, agressivas etc. Elas têm que ser como são: os homens é que devem mudar.” Essa afirmação não foi feita por uma militante feminista. Nem mesmo por uma mulher. Seu autor é o romeno-americano Laszlo Bock, 43 anos, chefão de recursos humanos (ou “líder de operações de pessoas”) do Google. Conversei com Bock por telefone sobre o lançamento, aqui no Brasil, do seu livro Um Novo Jeito de Trabalhar – O Que o Google Faz de Diferente para Ser uma das Empresas Mais Criativas e Bem-Sucedidas do Mundo (Sextante) e perguntei o que a companhia, eleita sucessivamente uma das melhores para trabalhar no planeta, tem feito “de diferente” para mudar a embaraçosa estatística de apenas 30% de mulheres em seus quadros e só 18% em funções de tecnologia (sua alma).

A frase que abre este texto é a resposta que define a atual política do Google. E que nos faz refletir sobre o nosso papel e o das empresas na correção da rota das mulheres dentro das corporações. Desde que começou a medir, analisar e divulgar seu censo interno de diversidade (que diz respeito também a etnias; há apenas 1% de negros, aliás), o Google vem promovendo, entre outras coisas, um treinamento interno para quebrar o “viés inconsciente”, aquele preconceito que, sem saber, está arraigado em todos nós. Alguns exemplos dados por ele: os homens, ao falar, fazem intervalos mais curtos entre uma frase e outra, o que dificulta a intervenção de um interlocutor. Mulheres, por sua vez, dão pausas maiores, o que torna as interrupções mais fáceis, para o bem ou para o mal. Pois bem, o Google não quer treiná-las a falar sem respirar, mas mostrar aos homens o que eles fazem. Só de prestar atenção, já podem agir diferente.

Isso acontece também quando uma empresa mede o resultado de seus programas internos. Uma das festejadas inovações do Google em gestão de pessoas é a orientação para que os funcionários se autoindiquem a promoções quando surge uma vaga. Constatou-se que, como na maioria das empresas, os homens são pródigos em se oferecer, mesmo sem estar 100% qualificados. Já as mulheres só se habilitam quando se consideram 120% preparadas. O resultado, claro, é um número maior de inscrições masculinas, porém com resultados diversos: uma média de 50% dos candidatos são escolhidos ante 80% das (poucas) inscritas. Bastou divulgar esses números em um simples e-mail a todas as funcionárias para aumentar o número de candidatas nas disputas seguintes.

Reconhecer as diferenças entre os gêneros é uma estratégia do Google. Bock contou que, no processo de contratação (que envolve no mínimo cinco entrevistas e em torno de 50 dias), há um pedido de autoavaliação com notas de 0 a 5. Homens que se avaliam com a nota máxima são olhados com desconfiança. Já as mulheres que se dão nota máxima são bem-vindas de cara.

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As boas práticas do Google podem mudar o jogo no Vale do Silício e reafirmam o que sempre soubemos: somos muito diferentes e igualmente capazes. Não somos nós que temos que mudar. 

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