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OMS recomenda que crianças devem evitar contato com telas digitais

O uso frequente dos aparelhos eletrônicos pode causar obesidade e prejudicar o desenvolvimento infantil

Por Gabriela Teixeira (colaboradora)
Atualizado em 18 fev 2020, 08h52 - Publicado em 8 Maio 2019, 19h37
Criança usando tablet no escuro
 (Thanasis Zovoilis/Getty Images)
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Ficar sem celular nos dias de hoje pode ser equivalente a viver recluso em uma caverna. Meio mais prático de acesso a informação e comunicação, o aparelho se tornou tão essencial ao dia a dia das pessoas que chegou a ultrapassar a própria humanidade em número. É o que mostra um levantamento realizado pelo Bank My Cell, no qual se apurou que, só em 2015, já existiam mais de 8 bilhões de celulares no planeta.

E é nas mãos das crianças que se encontra parte desse número. Tanto é que já não é mais tão estranho vê-las acompanhadas de tablets, celulares ou mesmo notebooks, pois o primeiro contato delas com a tecnologia tem ocorrido cada vez mais cedo.

Contudo, essa soma de precocidade e normalização do uso dos dispositivos tem preocupado pais e especialistas ao redor do mundo. É tranquilo deixar as crianças terem acesso aos aparelhos? Por quanto tempo? E que problemas isso pode causar?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um guia direcionado ao combate do sedentarismo infantil, mas que fornece orientações e recomendações para as perguntas acima. Segundo o estudo, para crianças a partir de 2 anos, o tempo máximo indicado de contato com telas não deve ser maior que uma hora. Para as mais novas, o uso deve ser vetado.

A neuropsicóloga Deborah Moss explica que essa fase é fundamental para o desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas, que é prejudicado caso não haja estímulo suficiente. O que pode acontecer caso a criança passe muito tempo apenas diante dos aparelhos eletrônicos.

“Não é uma relação direta de causa e consequência, mas em muitos casos a criança tem dificuldade porque não teve incentivo para poder desenvolver os genes desse aprendizado”, diz. “E como essa é uma fase decisiva, muita coisa que se deixa de estimular nela pode ser perdida totalmente.”

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Desconectando

Além de prejudicar nestes aspectos, as telas também atrapalham o sono e contribuem para o sedentarismo dos pequenos, podendo desencadear  quadros de obesidade na infância.

“A tecnologia deixa a criança sentada passiva, na contramão da necessidade de estímulo”, diz Deborah. “Ela precisa brincar, explorar o espaço, correr, subir descer. É nesse contato com o ambiente que a criança se desenvolve”. Em seu guia, a OMS recomenda ao menos três horas de atividade física para crianças a partir do primeiro ano de vida.

Mas é claro que nem sempre os pais podem dedicar total atenção e supervisão à criança, o que faz com que o celular ou o tablet acabem virando aliado. Para que não recorram aos dispositivos, Deborah recomenda a esses pais que busquem alternativas em sua própria infância. “Essa é uma geração de pais que não cresceu com a tecnologia, então eles podem resgatar o que seus pais usavam para distrai-los. Uma panela, uma caixa, qualquer coisa pode, desde que com segurança.”

E caso a criança já esteja “viciada” na tecnologia, a neuropsicóloga orienta que seja realizado um “desmame”, em que o uso é reduzido progressivamente, até se tornar esporádico. “Os pais terão que dizer que não pode mais e, é claro, lidar com a frustração da criança. Mas as crianças, principalmente as pequenas, são muito adaptativas, rapidamente elas se acostumam. E tudo bem deixá-las no tédio às vezes, para que explorem o ambiente e o descubram por conta própria”, finaliza.

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Veja abaixo as recomendações da OMS:

Bebês com menos de 1 ano

– Devem realizar diferentes atividades várias vezes ao dia, especialmente brincadeiras no chão. Caso ainda não se movimente, os pais devem deixar a criança de bruços durante 30 minutos, espalhados ao longo do dia, apenas quando o bebê estiver acordado;

– A criança não deve ficar mais de uma hora seguida em carrinho de bebê, cadeiras ou canguru;

– Não deve ter contato com telas digitais;

– Até os 3 meses, a recomendação é dormir entre 14 e 17 horas por dia. Dos 4 aos 11 meses, são 12 a 16 horas, incluindo cochilos.

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Crianças de 1 a 2 anos

– As atividades físicas, de qualquer intensidade, ao longo do dia devem durar ao menos três horas;

– Não devem ficar mais de uma hora seguida em carrinhos de bebê, cadeiras ou canguru. O tempo sentado também não pode ser longo;

– As telas não são indicadas para crianças de 1 ano. A partir de 2 anos, não deve superar uma hora por dia;

– O tempo de sono, incluindo cochilos, deve ser de 11 a 14 horas.

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Crianças de 3 a 4 anos

– As atividades físicas, de qualquer intensidade, ao longo do dia devem durar ao menos três horas. Mas é indicado que, ao menos 1 hora, seja dedicada a atividades de intensidade moderada a vigorosa;

– Não devem ficar mais de uma hora seguida em carrinhos de bebê, cadeiras ou canguru. O tempo sentado também não pode ser longo;

– O tempo diante de telas não deve superar um hora por dia;

– O tempo de sono deve ser de 10 a 13 horas.

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