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O que querem as mulheres para ter o sucesso no trabalho hoje

We can do it: 71 anos depois de terem os direitos ao trabalho garantidos, as escolhas profissionais das mulheres também refletem histórias pessoais do passado e desejos para o futuro que envolvem mais do que apenas carteira assinada

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 31 out 2016, 11h31 - Publicado em 30 abr 2014, 22h00
Yasmin Abdalla
Yasmin Abdalla (/)
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Mulheres trabalham na fuzilagem de um avião, em 1942
Foto: Arquivo Público da Library of Congress (EUA)/Flickr.com

“We can do it” (Nós podemos fazer, em inglês) é o que fala o famoso cartaz da “Rosie, a rebitadeira”, aquele que exibe uma mulher de bandana vermelha e macacão de operária para representar a força de trabalho feminina depois da 2ª Guerra nos Estados Unidos.

Na mesma época, em 1º de maio de 1943, as brasileiras tiveram o direito ao trabalho assegurado pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) no país e puderam, aos poucos, conquistar espaço no mercado de trabalho sem abandonar outras funções – de mães, irmãs, filhas e gerentes do lar. Hoje, essas mulheres que trabalham têm seus dilemas atualizados: para além do “poder fazer”, se preocupam também com o “querer fazer” e o “como fazer”.

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“Os problemas daquela época persistem, como a dificuldade de ascensão a cargos mais altos e a sub-remuneração, mas agora as mulheres se encontram em um maior número de carreiras e as escolhas que elas podem tomar são mais variadas”, afirma a socióloga Maria Rosa Lombardi, socióloga especialista em gênero e trabalho.

O que querem as mulheres para ter o sucesso no trabalho hoje
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“We can do it”: o famoso cartaz da Rosie, a rebitadeira, lançado em 1942
Foto: Reprodução/Flick.com

Escolhas profissionais

Num mundo em que as mulheres podem escolher em que setor trabalhar e se querem ou não ter família, as crescentes possibilidades acabam se tornando um dilema para as trabalhadoras de hoje. “Na hora de pensar seu caminho, é preciso saber que elemento colocar em destaque, seja um relacionamento, a família ou a própria carreira”, afirma a coaching Bibianna Teodori, 48 anos, que teve ela mesma que escolher qual rota seguir.

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Italiana, a consultora escolheu por um momento da vida colocar um relacionamento em primeiro lugar e veio parar no Brasil por causa disso. Após ter que fechar uma loja que vendia artigos do Feng Shui, Bibianna viu no reposicionamento de sua própria carreira uma forma de ajudar outras mulheres a fazer o mesmo. Hoje, divorciada, não se arrepende de ter vindo ao país 20 anos antes por motivos pessoais.

Para Alessandra Ferreira, 42 anos, a razão de suas escolhas profissionais hoje são suas duas filhas adolescentes. Depois de trabalhar 18 anos no laboratório em que o marido é sócio, a bioquímica decidiu propor à empresa uma carga horária reduzida de seis horas para se dedicar aos cuidados das filhas. Apesar disso, ela diz que a decisão não foi fácil. “A preocupação que eu tinha era perder a credibilidade, perder uma posição junto aos meus colaboradores que levei tanto tempo para construir,” afirma.

Para não sofrer com a diminuição do salário que teria ao trabalhar em um horário diferenciado, a bioquímica montou um pequeno negócio que funciona apenas pela manhã e que não atrapalha sua nova rotina. Um ano após a decisão, Alessandra não pensa em voltar a trabalhar o dia todo.

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Valores pessoais

Além de questões como filhos e casamento, pontos como valores e história pessoal também são fundamentais nas escolhas profissionais dessas mulheres. Na hora de decidir o que fazer e traçar os rumos de sua carreira, a psicóloga Ellen Devai, 30 anos, não esqueceu da experiência que teve aos quatro anos, quando seu pai amputou uma perna após sofrer um acidente de carro. Ela trabalhou por sete anos no setor de inclusão de um banco, ajudando no posicionamento de pessoas com deficiência.

“Quando a empresa passou por uma fusão, meu valores começaram a não bater mais com os valores impostos e acabei sendo demitida. Após passar um ano sabático na Tailândia, fiz um reposicionamento na minha carreira para chegar onde estou hoje.”

A psicóloga ainda se dedica às políticas de inclusão, desta vez em uma empresa multinacional de bioquímica. “Acredito que você sempre vai encontrar uma empresa que estará de acordo com seus valores,” diz.

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