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O que fazer quando o filho não leva a faculdade a sério?

Especialista explica como os pais devem lidar com jovens que não priorizam os estudos.

Por Gabriela Abreu (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 19h02 - Publicado em 18 Maio 2015, 12h43
Getty Images
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Minha filha faz faculdade particular em outra cidade. Com esforço, arco com todos seus custos. Descobri, porém, que ela foi reprovada em algumas disciplinas e vive em festas. Tenho o direito de cobrá-la? (Pergunta enviada por leitora)

O ingresso na universidade representa para o jovem muito mais do que sua inserção em outra etapa da educação. Marca também a entrada no mundo adulto, onde há mais responsabilidades e também liberdade – que vai desde a chance de escolher as disciplinas a ser cursadas até, em alguns casos, a separação física da família (quando há necessidade de mudança de cidade). No início dessa fase, é comum que o estudante se entusiasme com a avalanche de novidades e perca de vista seus objetivos acadêmicos e profissionais. “Sua filha pode estar em um processo de adaptação, buscando a própria identidade nesse novo contexto”, aponta Rosa Maria Lopes Affonso, professora de psicoterapia e desenvolvimento humano na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Nesse caso, é importante ajudá-la a ajustar o foco o quanto antes.

Para isso, a melhor saída é o diálogo direto. Mostre a ela que ser tratada como adulta implica benefícios e responsabilidades. Explicite o esforço necessário para mantê-la e como isso é feito, sim, com prazer, desde que seja bem aproveitado por ela – e não só em festas. No lugar de cobranças e chantagem, prefira estabelecer acordos e metas de mudança, deixando claro que ela precisa se comprometer com os estudos e que é responsável pelos próprios passos. “Os pais devem se posicionar como figuras de maior experiência que podem orientar os filhos, mas a execução das tarefas e a gestão da própria formação competem ao jovem”, lembra Shirlei Sales, pedagoga e professora da Universidade Federal de Minas Gerais.

De olho nesses desafios e no desejo de várias famílias de controlar os filhos também nessa fase, algumas instituições, como o Centro Universitá-rio Belas Artes e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, vêm promovendo reuniões de pais. “É só para eles ficarem tranquilos e perceberem que um ciclo foi encerrado e outro começa na vida do filho”, informa Fábio Chaves, assessor da ESPM. Mas a prática vem suscitando críticas. “Isso tira a autonomia do aluno”, afirma Eliane Greice Davanço Nogueira, professora de psicologia do desenvolvimento da Universidade Es­tadual do Mato Grosso do Sul. A dependência para a resolução dos problemas pode resultar em um adulto acomodado. “A vida e o mercado hoje pedem pessoas independentes e proativas”, ressalta Eliane. Marque conversas com sua filha, não com os professores; afinal, é ela quem tem que se mexer.

Outro caminho é dividir com a filha o sustento dessa nova etapa. Que tal arrumar um estágio e pagar algumas contas, mesmo que das festas e do celular? Assim, não só sobra menos tempo para a falta de rumo como ela vai aprender a valorizar o esforço que você tem feito.    

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