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O outro lado da história: como os homens entendem a violência doméstica

Pesquisa inédita realizada pelo Instituto Avon revela o que os homens consideram agressão e traz dados alarmantes sobre a percepção masculina sobre violência doméstica.

Por Aline Gomiero
Atualizado em 10 abr 2024, 10h45 - Publicado em 5 dez 2013, 22h00
Aline Gomiero
Aline Gomiero (/)
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O outro lado da história: como os homens entendem a violência doméstica

Ilustração: Luiz Carvalho / Pictos: The Noun Project 

Mais de 40% dos brasileiros conhecem ao menos um homem que já foi violento com sua parceira. No entanto, apenas 16% dos homens assumem ter sido violentos com a atual ou a ex-companheira. Os dados são da pesquisa Instituto Avon / Data Folha – Percepções dos homens sobre a violência doméstica e estereótipo de gênero*, que também revela: a cada 24 segundos uma mulher sofre violência.

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Ao listar algumas atitudes que são entendidas como violência doméstica (como xingar a mulher, humilhá-la em público ou obrigá-la a ter relações sexuais sem vontade), sem dar essa explicação aos homens, 56% deles admitiram ter cometido ao menos uma dessas condutas. Os números, infelizmente, refletem uma realidade alarmante: muitos homens nem sabem quando estão sendo agressivos, pois encaram tais atitudes como normais. “Para uma violência física acontecer, é porque já ocorreram varias outras violências de forma psicológica, moral. São essas as que mais danificam a relação e, principalmente, a saúde mental das mulheres – e dos homens também”, afirma Sérgio Flávio Barbosa, coordenador do projeto Homens Autores de Violência Contra Mulheres e um dos colaboradores da pesquisa.

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Ilustração: Luiz Carvalho / Pictos: The Noun Project – Fonte: Instituto Avon / Data Folha

Muitos casos de violência acontecem simplesmente porque alguns homens acreditam que são “superiores”. Pensam que têm mais poder e levam as esposas a aceitarem situações de submissão. O estudo apontou, inclusive, que alguns deles legitimam a violência responsabilizando as mulheres: para 29% dos ouvidos, “o homem só bate por que a mulher provoca”; para 23%, “tem mulher que só para de falar se levar um tapa”; e para 12%, “se a mulher trair o marido, ele tem razão em bater nela”.

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Com estes dados, é possível notar que, apesar de muitos avanços, o machismo continua enraizado na sociedade e, para a maioria masculina, as mulheres permanecem com a imagem de “sexo frágil”. Dentro das expectativas em relação à mulher, 85% dos entrevistados acham inaceitável que ela fique alcoolizada, 69% não concordam que ela saia com amigos sem sua companhia, e 46% consideram inaceitável que ela use roupas justas ou decotadas.

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Ilustração: Luiz Carvalho / Pictos: The Noun Project – Fonte: Instituto Avon / Data Folha

Denunciar é o melhor caminho!

Socos, empurrões, tapas. Você sofre agressões físicas e não sabe o que fazer? O primeiro passo é ligar para o número 180 e entrar em contato com a central telefônica para atendimento às vítimas, criada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), para denunciar o agressor. Além disso, a Lei Maria da Penha, criada em 2008, garante proteção às vítimas de violência doméstica.

* Na etapa quantitativa, foram ouvidos 995 homens e 505 mulheres de 50 municípios das cinco regiões brasileiras. Saiba mais sobre a pesquisa “Percepções dos homens sobre a violência doméstica e estereótipos de gêneros” aqui.
 

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