Noivar é chique ou brega?
Saiba quais os motivos que levam os casais a optar pelo noivado - e as vantagens e desvantagens disso para seu casamento
”Noivei e dei mais importância aos preparativos do casamento do que ao relacionamento. Aí, acabou” – Gabriela Cardadeiro, produtora cultural
Foto: Divulgação
Ele apostou no noivado
O cantor Paulo Ricardo, ex-vocalista do RPM, deixou todo mundo meio surpreso quando, no início de abril, decidiu ficar noivo da empresária paulistana Luciana Figaro, 26 anos. Noivo mesmo, noivo-noivíssimo – caso ainda reste alguma dúvida.
Aos 47 anos, dois casamentos, uma filha e um passado de sexo, drogas & rock’n’roll, ele parecia estar imune à modinha de trocar anéis de compromisso. Mas que nada! Em meio a lágrimas e declarações de amor, PR deu para Luciana o mais tradicional dos símbolos de compromisso de matrimônio: um anel de brilhantes, daqueles que dá para ver de longe que a moça está prestes a subir no altar. Achou pouco e fez também um coquetel com show acústico dedicado à, pois é, noiva, no bistrô em que a conheceu, em São Paulo. Uma festinha apenas para os mais íntimos. E para que isso tudo? ”É que o noivado coloca nosso relacionamento num outro patamar”, explica ele.
O noivado aconteceu um mês depois do começo do namoro. E o enlace já tem data marcada: 11/11/2011, porque o cantor é praticante da Cabala e gosta de datas com números repetidos. ”Quando me casei pela primeira vez, nos anos 80, achava noivado cafona. Mas, desta vez, me pareceu muito natural curtir esse momento romântico. Foi um gesto de amor”, explica ele.
Noivado: um ritual que vale a pena?
Sem nenhum trocadilho com as alianças em geral: nas questões de amor as coisas andam mesmo em círculos. A roda da fortuna dos nubentes funcionou assim: nos anos 60, os casais ainda noivavam por imposição da sociedade. Nas décadas de 70, 80 e 90, o ritual foi sumindo do mapa enquanto aumentava a percepção de que a vida a dois é coisa de foro íntimo, portanto casar já está bom demais – e olhe lá.
Nesses anos em que se lutava por maior liberdade nas relações afetivas, pedir a mão da noiva aos pais dela ou ostentar uma marcação na mão direita soava ridículo, hipócrita, e por aí vai. E agora eis que o noivado está de volta, apenas para mostrar que os parceiros estão um passo além do namorico e outro antes do casório.
É uma movimentação tão inesperada que pouca gente resiste a ensaiar uma sociologia sobre o tema. Terapeutas de casal disseram que, ao abrir mão de todos os tipos de rituais, os casais caíram no extremo radical das gerações anteriores: perderam o pé dos relacionamentos. ”Hoje a pessoa não sabe se está ficando ou namorando, até que ponto o namoro é sério ou se o outro está a fim de casar. Virou uma confusão geral”, diz a psicóloga Rosa Avello. E, para combater inseguranças, nada melhor do que uma simbologia – nesse caso, as argolas ou o anel que resgata etapas do compromisso e estabelece os limites de cada uma das fases.
Alianças ativar!
A advogada Roberta Fernandes Leandro, 27 anos, ganhou do noivo um anel de brilhantes com um pedido de casamento. E mais. Tudo aconteceu na frente dos pais dela. Por quatro anos, Roberta namorou o engenheiro civil Hélio Fernandes Júnior, também de 27 anos. Até que eles começaram a falar em casório. ”Nunca tinha ido à casa dela, mas quando decidimos casar achei que já era hora. Pedi a mão dela para os pais, que não conhecia, em um jantar com a família.” Pedido feito, pedido aceito, todo mundo feliz. Roberta se sentiu autorizada, então, a transformar os festejos que antecedem a vida a dois numa megafestança. ”Ela não para de repetir que o dia do casamento é um ‘momento único”’, diz Hélio.
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