Muita gente sendo demitida e eu pensando em pedir demissão… Será que devo?
Nossa colunista Cynthia de Almeida orienta a leitora que, em tempos de crise, está com medo de não ser recolocada
Estou há três anos na mesma empresa e sinto que deveria sair para crescer e fazer coisas de que gosto mais. No entanto, com essa crise, tenho medo de pedir demissão e não conseguir me recolocar logo no mercado. Também tenho medo de me acomodar e ficar empurrando a decisão com a barriga. Será que devo arriscar?
Você está certa em querer mudar para crescer. Mas também tem razão de ter medo de dar esse passo no escuro. A vida não está fácil para ninguém e, antes de sair da zona de segurança, você tem que se planejar. A virada do ano pode ser um ótimo estímulo para colocar um plano em prática. Antes de mais nada, não abandone a ideia de crescer e fazer o que gosta mais. Pelo contrário, apegue-se a ela, invista nela. Como? Comece por calcular quanto você gasta para viver (calcular mesmo, na ponta do lápis, todas as suas despesas) e imagine que possa ficar de 3 a 6 meses sem ganhar nada. O passo seguinte é começar a economizar mensal e disciplinadamente até ter essa quantia, a sua “reserva da demissão”. Até lá, não precisa ficar parada. Reserve algumas horas da semana (uma noite sem sair com as amigas ou assistir uma série da Netflix já garante o tempo necessário) para executar tarefas tão simples quanto vitais: atualizar seu currículo, dar dois ou três telefonemas semanais para pessoas conhecidas que estão em áreas que você deseja para entender a quantas anda o mercado e falar do seu interesse. Outra dica é entrar no site de empresas que estejam contratando e ler os requisitos necessários para o cargo. Não se abale se não preencher as demandas, seu objetivo é a pesquisa. Faça uma coisa de cada vez, mas faça sempre. Com calma, sem ansiedade, mas com determinação. Pode parecer pouco, mas começar a poupar e dedicar uma noite por semana para pensar no futuro da sua carreira vai acabar com a sensação de empurrar com a barriga. Lembre-se de que, estando empregada, você se encontra na situação privilegiada de poder fazer isso sem atropelos. Não a desperdice.
Cynthia de Almeida é colunista de CLAUDIA e escreve aqui no site toda terça-feira. Mande sua dúvida para ela!