Minha licença-maternidade está no fim e estou tensa com a volta ao escritório
Nossa colunista Cynthia de Almeida dá boas dicas para encarar essa nova etapa da vida profissional
Estou em licença maternidade do meu primeiro filho e já um pouco aflita com a minha volta ao trabalho daqui a dois meses. Tenho medo de encontrar tudo muito mudado e ainda de ter dificuldade em conciliar novas demandas com as necessidades do bebê.
Sua apreensão é muito natural e a primeira coisa positiva a fazer para contorná-la é exatamente isso: olhar tudo de forma positiva. É fato que as coisas mudam muito rapidamente, mas a nossa capacidade de adaptação (e isso inclui sua nova rotina com o bebê) está sincronizada com essa velocidade. Não ache que vai desembarcar em um futuro desconhecido depois de ter sido congelada no passado. Ao contrário, a experiência da maternidade e esse intensivão de cuidados dos primeiros meses podem ser mais benéficos para o seu crescimento pessoal do que um sabático ou um MBA. Em pouquíssimo tempo, acredite, vai parecer que você nunca esteve fora. Mesmo assim, é muito saudável pensar, se preparar, conversar e se programar para essa nova fase da sua vida profissional. Se você fez isso antes de sair para ter o bebê e discutiu na empresa um plano de retorno, avance duas casas. Se não fez, ainda há tempo. Uma conversa por telefone com a sua chefia ou com os colegas do seu time pode atualizá-la e aliviar a ansiedade. Você pode propor, por exemplo, um retorno antecipado e gradual. Não se sinta obrigada a fazê-lo, apenas considere a possibilidade se achar que isso a deixará mais tranquila. Não alimente culpa e não se sinta devedora no trabalho ou em casa. Um dos aspectos mais importantes da readaptação ao trabalho depois de um período de ausência é se reconectar com as pessoas. Quando reassumir, programe almoços ou cafés para retomar aos poucos, além das tarefas, os laços sociais que são tão relevantes na carreira. Por um tempo você não estará disponível para os drinques alcoólicos na happy hour, mas isso não significa que não possa ter tempo de qualidade com os colegas enquanto seu marido faz a parte dele no fim da tarde. Lembre-se de que agora, como mãe, está ainda mais madura e apta a enfrentar o novo. Perto de ter um filho, mesmo a maior revolução no ambiente de trabalho parecerá simples e pequena.
Cynthia de Almeida é nossa colunista de carreira e escreve sua coluna aqui no site toda terça-feira. Para falar com ela, clique aqui.