Mãe cria fundo de doações para famílias de bebês com microcefalia
Faltam apenas 7 dias para que o prazo para as doações se encerre. A meta é R$ 200 mil, mas somente foi arrecadado 14% do valor até agora.
“Na época não fiquei tão nervosa porque ainda não conhecia a doença, descoberta com as imagens de um ultrassom feito naquele mês na Maternidade do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida e enviado para Brasília para confirmação”, disse Ianka Barbosa ao relembrar dos momentos de tristeza em que contou com o apoio dos pais e a ausência do marido – que acabou voltando quando a pequena completou 3 meses de vida.
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Arquivo Pessoal
Emanuel e a irmã. “Ele sempre fala que a ama, que é a coisa mais lindinha do mundo. Não deixa ninguém chegar perto por ciúmes”, disse Ianka.
Além do abandono dos pais das crianças, a grande maioria das mães também são vítimas do esquecimento gradativo por parte da mídia. Ianka relata que quando Sofia tinha apenas 13 dias, eram incontáveis jornalistas que apareciam em sua porta, que aos poucos foram desaparecendo: “Fomos esquecidas.” Foi por meio de uma reportagem que conheceu Mateus Kriana, de Brasília, que além do apoio financeiro a estimulou a fazer a campanha no site Kickante para arrecadar fundos para 30 famílias de bebês com microcefalia.
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“Muitas mães precisaram deixar seus empregos para cuidar dos bebês e não têm condições de pagar o transporte necessário para levar os filhos ao hospital mais próximo, moram em submoradias, lugares muito distantes de Campina Grande. Isso dificulta bastante a locomoção”, conta ela que leva sua pequena duas vezes por semana para participar de sessões de fisioterapia, além das consultas mensais com neurologista e otorrinolaringologista.
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Faltam apenas 7 dias para que o prazo para as doações se encerre. Apesar da meta ser de R$ 200 mil, o que foi arrecadado até então corresponde a apenas 14% do valor. Ianka assinou um termo autenticado para comprovar que a quantia será dividida igualmente entre as mães. “Espero que a população enxergue que nós precisamos de ajuda. As nossas crianças continuam tomando leite, medicamentos e usando fraldas — os nossos gastos não diminuíram, muito pelo contrário, como é praxe da criação de qualquer filho, apenas aumentaram.”
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