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História real: como uma mãe incentiva o filho cego a ser cada dia mais independente

Colunista da CLAUDIA FILHOS, a jornalista Chris Flores conta a história de vida de Josiane, uma mãe que aprendeu com o filho a enxergar a vida com a alma.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 28 out 2016, 05h42 - Publicado em 28 out 2014, 22h00
Chris Flores
Chris Flores (/)
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Foto: Getty Images

Você se considera uma mãe superprotetora? O que você acha de uma mulher que deixa o filho de 3 anos ir até a casa da avó sozinho para pegar uma panela emprestada? E ainda subir uma escadaria, sem corrimão, sem ajuda alguma? Cabeça fresca, relapsa, relaxada demais? Eu confesso que até hoje, com um filho de 8 anos, não tenho coragem de permitir que ele ande só por aí. Julguei sim essa mãe. Tranquila demais para mim. Isso até conhecer a própria, Josiane Almeida dos Santos.

Seu filho Miguel brinca, corre, pula e sai em disparada com sua moto eletrônica pelo quintal de casa. Ativo, o menino não para um segundo, como qualquer criança. Não ouço Josiane gritar aquelas típicas expressões maternas: “cuidado”, “chega de bagunça”, “fique quieto”, entre outras. Vejo o pequeno brincar livremente até bater a cabeça na quina da mesa de centro. Pronto, agora ela vai gritar! Mas não grita. Eu já estava esperando o berreiro típico de um bebezão de 3 anos. Nenhum choro. Ele leva a mão à cabeça, reclama um pouco de dor, pergunta à mãe o que aconteceu e continua a brincar. Josiane vê que não foi nada grave e deixa o filho subir e pular no sofá. Enquanto eu, no meu instinto superprotetor, previa mais um acidente e pensava no pior, ela mantinha a calma e vibrava com as estripulias dele. Sabe qual é o segredo dela? A maneira de enxergar a vida. Ela aprendeu com o filho a ver com a alma e com o coração. Miguel é cego e, segundo ela, mais ensina do que aprende com a mãe.

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Com muita doçura e amor, Josiane vai guiando o filho para um destino mais independente. Sua rotina não tem espaço para superproteção. Isso acontece desde os 15 dias de vida dele, quando ela descobriu que o recém-nascido tinha glaucoma, catarata e descolamento de retina irreversíveis. Diante do diagnóstico fatídico, sentou e chorou como criança, com medo da escuridão que seria a vida do seu menino. Ela, que tinha tudo para colocar o filho numa redoma, enxugou as lágrimas e decidiu prepará-lo para o mundo, com todas as dificuldades que isso poderia implicar. “Não enxergar não é um obstáculo para ele ser feliz. Quem coloca obstáculos somos nós, que enxergamos”, afirma a mãe.

Com o mesmo carinho com que toca sua sanfona e brinca com sua Galinha Pintadinha, Miguel usa e apresenta sua companheira, uma bengalinha. Com a ajuda dela, vai passando por pedras e buracos até chegar à casa da avó, ao lado da sua. Sobe as escadas, sozinho, já avisando à avó que veio buscar uma panela, e descobre que tem melancia esperando por ele na cozinha. Mineiro de Juiz de Fora, adora um pão de queijo, canta música sertaneja e é fã de Neymar. Sem nunca ter visto uma jogada do craque, sabe que ele é bom de bola e ensaia dribles iguais aos dele. Sua sensibilidade aguçada e inteligência extraordinária fazem Josiane ter uma certeza: “Quando pedi a Deus um filho, lá do céu ele escolheu o melhor”. 

 

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História real: como uma mãe incentiva o filho cego a ser cada dia mais independente Chris Flores é jornalista, autora do livro Um Bebê Em Casa e apresentadora do programa Hoje em Dia, da Record.
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