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Há 9 séculos, Santo Antônio mantém inabalada a fama de casamenteiro

O mundo celebra São Valentim como o Dia dos Namorados, no Brasil é 12 de junho por devoção a Santo Antônio

Por Ana Claudia Paixão
Atualizado em 13 jun 2020, 13h06 - Publicado em 13 jun 2020, 12h00

Ele nasceu Fernando de Bulhões, em Lisboa, há 825 anos, em 1195. Filho de uma família abastada e muito religiosa, Fernando preferiu seguir a vocação religiosa e dedicou sua vida à Igreja Católica. Antes mesmo de sua morte em Pádua, na Itália, em 1231, ele já era considerado santo e adorado por milhares de fiéis. Não é surpresa que ainda hoje seja um dos mais populares do mundo. Apenas no Brasil, são cinco arquidioceses e 10 dioceses tendo ele como padroeiro ou titular. Além disso, existem 24 catedrais dedicadas ao santo e 13 municípios brasileiros que o têm como padroeiro. Não há como contabilizar quantas imagens suas há ao redor do mundo, mas é difícil entrar em uma igreja e não encontrar uma.

O dia de Santo Antônio, como Fernando ficou conhecido, é celebrado em 13 de junho, a data de sua morte. Para as solteiras é um dia em que sempre se lembra com carinho, brincadeiras e fé. Sim, porque Santo Antônio é conhecido como o santo casamenteiro e essa fama, viva há sete séculos, ajudou criar lendas sobre sua influência de uniões de amor verdadeiro. Tanto que, enquanto o mundo inteiro celebra São Valentim – o padre que oficializou casamentos em segredo –  como o padroeiro do amor, no Brasil a devoção por  Santo Antônio faz com que aqui ele que seja o protetor dos namorados. Por essa razão é que apenas os brasileiros festejem o amor em 12 de junho, véspera do dia de Santo Antônio e não no dia de São Valentim, 14 de fevereiro. Amor rende lucro e para o comércio o Dia dos Namorados é uma das três mais importantes do ano, só perdendo para Natal e o Dia das Mães. Um dos vários motivos que fazem de Santo Antônio o padroeiro dos apaixonados é porque, mesmo em um tempo onde os casamentos eram transações negociais, ele pregava a importância do amor em seus sermões. Embora óbvio hoje, na época era um posicionamento diferente. Assim começou a associação de Santo Antônio com noivas e noivos.

 

A história de vida inspirada em São Francisco de Assis

Santo Antônio ingressou na vida religiosa ainda com 15 anos, quando foi estudar no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa. Poucos anos depois, se formou em filosofia e religião em Coimbra. Quando já era sacerdote, o jovem Fernando se sensibilizou com a história e trabalho de frades franciscanos mortos em uma missão no Marrocos. A ordem franciscana defendia a simplicidade extrema das igrejas, roupas e costumes e ele resolveu se juntar a eles. Foi aí que deixou o nome de Fernando e passou a ser Antônio.

A viagem para Marrocos foi dura e debilitou sua saúde irremediavelmente. Depois de um ano de trabalho na África, foi transferido para a Itália, para ter melhor atendimento médico. Apesar de ser poliglota, Antônio se mantinha calado e fazendo os trabalhos básicos nos mosteiros, sem que seus superiores sequer desconfiassem de sua formação acadêmica e grande talento de oratória. Por isso, quando ele teve que substituir outro padre em um encontro da Ordem dos Franciscanos, em 1221, foi uma enorme surpresa que aquele frei tímido e apagado fosse um senhor comunicador com profundo conhecimento de História e da Bíblia. Ficou popular quase imediatamente.

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O próprio São Francisco de Assis o convidou para dar aulas de Teologia na Universidade de Bolonha. Em seguida foi para a França, onde lecionou nas universidades de Toulouse, Montpellier e Limoges. Segundo historiadores, Santo Antônio falava de forma simples e direta, ganhando fama de pregador e grande popularidade. Ele voltou para a Itália no final de 1227, onde se instalou em Pádua. Sua saúde era frágil e em 13 de junho de 1231, faleceu, aos 36 anos.

Os fiéis já atribuíam milagres à Santo Antônio em vida, por isso apenas onze meses depois de sua morte foi canonizado pelo papa Gregório IX. De todos os milagres – que incluem desde cura de doentes e ressuscitar mortos – foi justamente o de ‘casamenteiro’ que marcou o santo. Embora a razão oficial não tenha uma versão unificada, há duas que são aceitas. A primeira é financeira.  Embora defendesse o amor, o santo entendia que a mulher dependia do casamento para sobreviver e por isso ajudava às que não tinham dotes para ter uma oportunidade de se casar. Agora é irrelevante, ainda assim, ‘negociar’ com Santo Antônio por uma união de amor, é válido porque era o que ele defendia.

A outra versão, é a de que uma mulher se cansou de pedir a ele e jogou a imagem da janela, apenas para cair na cabeça justamente do homem que viria a ser seu marido (a versão usada no filme “A Marvada Carne’, de 1985). A partir daí, maltratar ou chantagear  a imagem de Santo Antônio passou a ser uma prática adotada com humor. Pelo sim, pelo não, em tempos difíceis, rezar para Santo Antônio é sempre uma opção. Como ele já fala português, nem precisa de tradução!

 

 

 

 

 

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