Gio Ewbank fala de comentários maldosos que sempre ouve: “Não sou estéril”
Em um TEDx no Paraná, a apresentadora também revelou em detalhes como foi ver a primogênita pela primeira vez.
Na última quarta-feira (2), Giovanna Ewbank abriu o coração e explicou que a decisão de adotar Titi e Bless não tem nada a ver com as especulações de que ela seria estéril. Também falou que,~curiosamente~, as pessoas nunca questionaram Bruno Gagliasso sobre o assunto.
O desabafo aconteceu durante a participação da apresentadora em um TEDx no Centro Universitário FAG, em Cascavel, no Paraná. Para começar o discurso, ela pontuou frases que mães de filhos adotados costumam ouvir.
“‘Por que adoção?’, ‘Como uma mulher vem ao mundo e não quer gerar um ser em seu ventre?’, ‘E os filhos de vocês, vem quando?’, ‘Nossa, ela é tão linda. Ela tem mãe?’, ‘Como seus filhos são fofos, Gio. Eles têm família?’. Essas são algumas das perguntas que uma mãe que tem um filho não biológico escuta todos os dias. Eu sempre fui uma mulher que achava que o relógio biológico nunca ia despertar. Eu nunca havia pensado em ter filhos e isso veio com muitos questionamentos, críticas e também muita pressão de alguns amigos e família”.
Em seguida, Gio foi muito direta e explicou que ela pode ter filhos biológicos, mas que escolheu adotar mesmo assim – e não há um pingo sequer de arrependimento nisso. Entretanto, isso não impede que ela seja atingida pelo machismo que a faz ser questionada o tempo todo sobre a decisão. Enquanto Bruno nunca ouve nada a respeito.
“Eu comecei a ser questionada do porquê eu optei pela adoção – sim, porque foi uma opção, da qual eu me orgulho muito. Mas como toda escolha feminina, ela veio cheia de questões do tipo: ‘Tadinha! Mas ela já é casada há tanto tempo e não tem filho?’. E junto com isso eu li e ouvi que era estéril. Não, gente. Eu não sou estéril e nem o meu marido. Mas obviamente a dúvida sobre esterilidade veio sobre mim, que sou mulher”.
A apresentadora não conseguiu conter as lágrimas quando começou a contar sobre como foi seu primeiro contato com Titi e, consequentemente, com a maternidade.
“A sociedade nega que uma mulher não queira explodir sua barriga de vida. E acreditem: existem diversas outras maneiras de explodir vida na gente. A minha vida mudou completamente desde que os meus filhos entraram nela. Mas hoje eu vou falar mais especificamente do meu primeiro contato com a maternidade, que foi com a minha filha Chissomo. Tudo na minha vida mudou desde a primeira vez que eu a vi, que eu abracei ela. Eu me lembro até hoje da sensação, desse engasgo na garganta, e do meu corpo trêmulo pensando: ‘Meu Deus, o que é isso que eu tô sentindo? Que sentimento é esse? Eu encontrei a minha filha e a minha filha me encontrou'”.
Gio também explicou que acredita que o primeiro abraço em Titi trouxe um sentimento muito semelhante ao de uma mãe ao dar à luz. “Eu não sei exatamente como que é o sentimento de uma mãe quando pega o seu filho pela primeira vez, depois do parto, mas eu arrisco dizer que esse sentimento é muito similar com o que eu senti ali. Porque o meu parto foi naquele chão frio, daquele abrigo, no meio de pessoas que eu não conhecia e que a única que me importava na vida era eu e ela. O sentimento que eu tinha é que só ela me conhecia e que só eu conhecia ela. Foi ela quem me tornou mãe”.