Facebook confessa que ouvia e transcrevia áudios do Messenger
Você teve papos picantes, brigas ou segredos no Messenger? Tudo pôde ser ouvido e transcrito pelos funcionários terceirizados do Facebook.
Atenção aqui que o papo é sério: sabe aquela impressão que a gente sempre teve de que o Facebook ouvia o que a gente falava? Eles garantiam que não ouviam, que essa impressão era coisa da nossa cabeça, certo? Até Mark Zuckerberg disse, em depoimento no Congresso dos EUA, que a história de que eles escutavam o que era dito e usavam isso para publicidade era uma “teoria da conspiração”.
Pois é. Na última terça-feira (13), a empresa confirmou que ouvia e transcrevia o áudio dos usuários, mas que “parou de fazer isso há mais de uma semana”. Ah, ufa, que bom, hein? Agora estamos seguras – só que não.
O Facebook contratou centenas de funcionários terceirizados que tinham acesso aos áudios dos usuários e então transcreviam em texto o que ouviam. Segundo a Bloomberg, as pessoas que faziam a transcrição não sabiam de onde esses áudios vinham, apenas transcreviam.
Nessa situação, os funcionários tinham acesso às conversas das pessoas pelo Messenger. Papos picantes, brigas, segredos, tudo que circulou por lá pôde ser ouvido e transcrito pelos funcionários terceirizados.
Segundo o Facebook, isso aconteceu com as pessoas que optaram pelo serviço de transcrição do Messenger – quando em vez de digitar o texto, você dita para o telefone, e ele escreve por você, sabe? O Facebook defende que a revisão humana servia para checar se a inteligência artificial estava conseguindo interpretar corretamente o ditado.
Não é só o Facebook que faz isso, diga-se de passagem. Recentemente a Amazon foi acusada de ter funcionários ouvindo áudios captados pela assistente pessoal Alexa. O mesmo aconteceu com a Siri, da Apple, e com o Google Assistant. Todos afirmam terem parado de enviar os áudios dos usuários para revisão humana.