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Ela foi acusada de homicídio depois de o namorado se matar

O polêmico julgamento de Michelle Carter começou na última terça (6), nos Estados Unidos.

Por Giovana Feix
Atualizado em 20 jan 2020, 12h38 - Publicado em 7 jun 2017, 15h04

Começou nesta terça-feira, 06, em Tauton, nos Estados Unidos, o julgamento de Michelle Carter, de 20 anos. Ela está sendo acusada por homicídio culposo: através de mensagens de texto, ela teria feito com que Conrad Roy, então seu namorado, se matasse em 2014.

Os dois moravam em cidades diferentes no estado de Massachusetts – mas, depois de se conhecerem, em 2011, logo decidiram começar um relacionamento à distância. Foi entre mensagens de texto e ligações no celular que eles mantiveram o namoro, apesar de só terem se encontrado de verdade duas vezes.

Em 2014, Roy se suicidou com o gás do escapamento de uma caminhonete. Cerca de três anos depois, agora em 2017, Carter está sendo acusada pela morte.

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Em entrevista ao New York Times, Laurie Levenson, professora da Loyola Law School, em Los Angeles, diz que a questão chave no caso é entender quem causou a morte. “Foi ela”, questiona a professora, “ou foi a própria vítima?”.

O caso é complicado. De acordo com Maryclare Flynn, a advogada que acusa a jovem pela morte de Roy, as trocas de mensagens entre eles foram essenciais para que ele chegasse de fato a cometer suicídio – apesar de ele já ter tentado se matar dois anos antes de sua morte, em 2012.

Sua equipe analisou milhares de SMSs trocadas pelo casal. De acordo com Flynn, Carter já tinha até mesmo “informado” a alguns de seus amigos sobre o suicídio de Roy dois dias antes de ele efetivamente se matar.

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“Quando ela começa a ter a atenção que queria, ela tem que fazer isso acontecer de verdade”, alega a advogada. “Ela tem que levá-lo ao suicídio para que ela não fosse vista como uma mentirosa. Então, ela seria a namorada de luto, e teria toda a empatia e atenção que buscava”.

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Flynn chegou inclusive a ler algumas das mensagens em questão:

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“Tudo o que você tem que fazer é ligar o gerador, e você será livre e feliz”, ela teria escrito, além de “As pessoas que cometem suicídio não pensam tanto assim. Elas só fazem“, “É melhor que você não esteja mentindo para mim e só fingindo” e “Essa noite é a noite. É agora ou nunca”.

Na noite em que o namorado realmente se matou, Carter enviou a vários amigos diferentes, de acordo com Flynn, mensagens lamentando a morte dele. Ela chegou, inclusive, a perguntar à irmã de Roy se sabia onde o então namorado se encontrava.

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De acordo com Flynn, enquanto Roy estava dentro da caminhonete, Carter ouvia a agonia dele pelo telefone e não fez nada para ajudá-lo. Não telefonou aos pais, familiares, e nem mesmo à polícia.

O advogado da garota, Joseph Cataldo, defende, por sua vez, que Carter também estava passando por problemas de saúde mental na época do suicídio do namorado.

Ele descreve a menina como uma adolescente vulnerável na época da morte. Conta que ela tinha passado por distúrbios alimentares, que havia sido tratada em um hospital psiquiátrico e que estava sob o efeito de um antidepressivo.

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Sua tese é de que ela estava tentando ajudar o jovem, inclusive, mas que não obtinha sucesso. Conta que Roy tinha pesquisado no Google questões como “cometer suicídio te deixa feliz”, e defende que o garoto já tinha intenções suicidas antes mesmo de conhecer Carter.

O caso ainda está sendo julgado nos Estados Unidos. Se condenada, Carter pode passar até 20 anos na prisão.

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