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Desigualdade: Mulheres brasileiras trabalham “de graça” desde 19 de outubro

Cálculos estatísticos mostram aplicação prática da diferença de salários entre homens e mulheres

Por Ana Carolina Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 11h31 - Publicado em 19 nov 2015, 11h56
Leopoldo Rosalino
Leopoldo Rosalino (/)
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Você aceitaria trabalhar de graça até o final do ano? Provavelmente não. Mas, de certa forma, isto já está acontecendo.

Se homens e mulheres recebessem salários iguais, ambos o gêneros trabalhariam 365 dias por ano recebendo o mesmo. No entanto, infelizmente esta situação está muito longe da realidade. No Brasil, a desigualdade de salários entre homens e mulheres fez com que as mulheres trabalhassem “de graça” desde o dia 19 de outubro. O cálculo foi feito com base em estatísticas do IBGE pela especialista em economia de gênero Regina Madalozzo, do Insper, a pedido da BBC Brasil.

O mesmo levantamento foi divulgado por um grupo de ativistas por igualdade de salários, que, levando em conta a diferença salarial entre homens e mulheres na Grã-Bretanha (14,2%), calculou que as britânicas “pararam de receber” neste ano na segunda-feira (9).

Segundo o IBGE, a diferença média entre os salários de homens e mulheres no país, para quem trabalha 40 horas por semana, é de 20,32%. Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2013, a mais recente, apontam que o salário médio dos homens é de R$ 1.886,50 e o das mulheres, de R$ 1.503,17. Esses valores foram calculados com dados de pessoas entre 16 e 65 anos de idade que trabalham no mínimo 40 horas por semana.

Segundo Regina, esse cálculo base é usado internacionalmente porque leva em conta que a discriminação pode ocorrer na hora da escolha da carreira. Isto porque mulheres tendem a escolher profissões com remuneração mais baixa que os homens. “Sim, mulheres escolhem profissões que pagam menos. Mas essas profissionais merecem um salário menor ou paga-se menos nelas porque há muitas mulheres? E por que as mulheres optam menos que os homens por engenharia, por exemplo? Por que elas se acham piores em matemática?”, questionou Regina em entrevista à BBC. “Quando você considera apenas pessoas que estão na mesma profissão, é como se você admitisse que não há um problema, que não existe preconceito em relação à escolha profissional”, disse ela. “A média considera que podem haver outros preconceitos que influenciam na escolha profissional”, completou a especialista.

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Ao considerar também a escolaridade, os dias trabalhados “de graça” por elas aumentam ainda mais para alguns grupos. Isto porque, no Brasil, quanto mais escolarizada é uma mulher, menos ela recebe em comparação aos homens com o mesmo nível de estudo. Teoricamente, as mulheres com nível superior completo, por exemplo, estão trabalhando sem receber nada desde o dia 13 de agosto – aquelas sem nenhum tipo de instrução começaram a trabalhar de graça no dia 7 de novembro.

Para Regina, além da diferença na escolha das profissões, uma das explicações para esta estatística desanimadora está no fato de as mulheres negociarem menos, aceitarem salários mais baixos e pedirem menos aumentos. “O homem pensa assim: se a empresa me contratou, tem que pagar o que eu valho. Já para a mulher é como se fosse um favor que a empresa faz. Li outro dia alguém dizendo que a gente pediu licença para entrar no mercado de trabalho e é como se continuasse pedindo. Pensamos: ‘Que bom, a empresa me aceitou’.”

A especialista opina ainda que a concessão de licença-paternidade aos homens seria um passo importante para gerar na sociedade uma mudança de mentalidade. Para ela, o simples fato de os pais ficarem em casa mais tempo com o bebê, faria a sociedade finalmente começar a ver homens e mulheres de forma mais igual, partilhando as mesmas responsabilidades com o trabalho doméstico.

 

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