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Dei a volta ao mundo sozinha e transformei minha vida

Após trabalhar por anos no mundo corporativo, Helia Lin largou o emprego, fez as malas e embarcou em uma experiência única para conhecer quatro continentes

Por Vanessa Daraya, de Abril Branded Content
Atualizado em 21 jan 2020, 03h53 - Publicado em 13 out 2016, 09h32
Volta ao mundo: Helia Lin viajou durante 317 dias para conhecer outras culturas e imergir em uma experiência de autoconhecimento (Helia Lin/Divulgação)
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Quando a professora pediu para que os alunos desenhassem seus grandes sonhos, Helia Lin era criança. Na folha de papel, desenhou-se à janela de um avião dando a volta ao mundo. Foi ali que materializou algo que virou realidade apenas em 2012 e que transformou sua forma de viver e entender o mundo. Foram 317 dias, quatro continentes e 23 voos que permitiram que Helia desfrutasse o mundo e imergisse em uma experiência de autoconhecimento.

Formada em veterinária, Helia trabalhava havia dez anos no mundo corporativo quando percebeu que, apesar da carreira bem-sucedida, não estava satisfeita. Faltava realizar seu grande sonho. “Muita gente deixa de viajar por não ter companhia. Mas eu pensei: chegou a hora. Não tenho filhos, ainda não me casei, não tenho nada que me prenda, é hora de enfrentar o mundo.”

Ao longo de três anos, ela fez um planejamento financeiro para que conseguisse aproveitar a viagem. Além de dinheiro, juntou pontos com as compras feitas com seus cartões de crédito para conseguir comprar com desconto o bilhete de volta ao mundo. O pacote dá direito a até 15 paradas durante um ano. O viajante pode escolher os destinos desde que faça a volta no globo em um único sentido e só retorne ao país de origem ao completar todos os trechos comprados.

Apenas com a lista dos países que visitaria definida, Helia planejou quais cidades conheceria e onde se hospedaria durante a viagem. Assim, ela poderia ficar mais tempo nos lugares de que gostasse ou embarcar em um novo voo e sair totalmente do roteiro. “No Havaí, pretendia ficar apenas duas semanas, mas fiquei um mês.” A viagem, prevista para levar seis meses, durou quase um ano para que ela pudesse conhecer tudo que desejava de Estados Unidos, Índia, África do Sul, Peru, México, Nova Zelândia, Austrália, China, Tailândia, Taiwan e Camboja.

Ao passar sem pressa por esses países, Helia não só visitou os pontos turísticos, mas também se hospedou em casas de nativos e comeu em restaurantes típicos. “Escolhi um estilo de viagem para imergir na cultura, na culinária e na tradição local, o que me possibilitou muitas experiências”, diz.

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Na passagem pela Índia, Helia dedicou parte de seu tempo ao trabalho voluntário. Escolheu a área de recreação, mas o conhecimento em veterinária a fez trabalhar na área de saúde, onde faltavam profissionais. Por lá, fez curativos e cuidou de crianças vítimas de abusos e de prostituição infantil. “Fiquei em áreas muito pobres, de condições sanitárias e de saúde precárias e altos índices de criminalidade. Fiquei com medo, sim, mas percebi que eu só faria realmente diferença nesses lugares.”

Na África do Sul, viu as crianças de onde fazia trabalho voluntário transformarem o rolo de papel higiênico em uma bola quando descobriram que ela era brasileira. Sem saber nada sobre o esporte, precisou assistir a diversos vídeos de atividades de futebol e conseguir uma bola emprestada para ensinar as crianças. “Tive que sair da zona de conforto e aprender uma coisa nova. Essa experiência se refletiu na minha vida quando retornei”, afirma.

Helia deixou a carreira de veterinária para virar empreendedora digital quando voltou ao Brasil. Fundou o projeto Asas Abertas para prestar consultoria de viagens e estilo de vida. “Descobri que eu tinha que deixar um legado, fazer algo pelo próximo.” Seu objetivo profissional é compartilhar o conhecimento que adquiriu na volta ao mundo para motivar e inspirar outras pessoas a realizarem suas vontades, sejam elas viagens ou não, por meio de cursos e workshops online ou presenciais. “Ajudo as pessoas a darem asas aos seus sonhos”, afirma.

Em um de seus cursos, por exemplo, ela explica aos interessados como viajar pode empoderar mulheres. “Estar em um novo país e conseguir se virar dá autoconfiança. E tudo que se vive em uma viagem se reflete na vida real porque conseguimos entender melhor o mundo e a sociedade.” Com a nova profissão, Helia pode trabalhar de qualquer lugar do mundo sem precisar estar em um escritório e já conheceu mais de 39 países. “Acordo empolgada toda segunda-feira e desejo isso a todos”, diz. “Pessoas felizes fazem o mundo melhor.”

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