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Como ensinar os filhos a lidar com dinheiro

Experts revelam a partir de qual idade os pais devem incentivar as crianças a administrar pequenos gastos e, aos poucos, aprender a poupar. Confira!

Por Solange Azevedo
Atualizado em 22 out 2016, 14h19 - Publicado em 22 jan 2014, 22h00
Getty Imas
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Foto: Getty Images

Tenho dois filhos, de 7 e 9 anos, e gostaria de começar a ensiná-los a lidar com dinheiro. Ainda é cedo para falar sobre isso? Qual é a melhor maneira de abordar o assunto? (pergunta enviada por leitora)

A educação financeira deveria ser tão corriqueira na vida das crianças quanto as lições de português e matemática. Em torno dos 7 anos, quando conseguem fazer contas simples, elas também já são capazes de começar a lidar com dinheiro. Esse momento, dizem os especialistas, é o mais indicado para introduzir o assunto. Mas procure abordá-lo de forma leve e lúdica. E nunca use termos difíceis para a idade. Uma boa primeira providência é se sentar com os garotos para definir o valor de uma semana e para quais despesas ela se destina. Comece com pequenas somas, que sirvam só para custear itens baratos, como gibis ou figurinhas. Aumente conforme eles forem aprendendo a se planejar e a economizar.

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Chegará uma hora em que eles poderão administrar, inclusive, a quantia gasta com o lanche da escola e até despesas maiores, como as idas ao cinema. Quando sentir que estão aptos para tanto, mude para repasses quinzenais e, mais tarde, para mensais. “Mas deixe bem claro a situação da família. Mostre que há limites e que eles não poderão comprar sempre tudo o que quiserem”, enfatiza Luiz Jurandir Simões, professor de finanças da Universidade de São Paulo (USP). “Para aprender a lidar com dinheiro, as crianças também precisam saber segurar a ansiedade e aceitar os nãos.” O amadurecimento emocional, portanto, faz parte da boa gestão das contas pessoais.

“O mais importante nesse processo é ensinar a poupar uma parte do que recebem. É um hábito necessário, mas que, infelizmente, a maioria dos brasileiros não tem”, diz a especialista em finanças pessoais e educação financeira Myrian Lund, professora da Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro. Para isso, ajuda perguntar a seus filhos se há algo que desejam muito e combinar que, depois de um determinado tempo, se eles tiverem juntado parte do valor, você dará de presente o restante. “Estimular a coparticipação funciona, porque os pequenos se empenham e acabam se acostumando a guardar”, diz Myrian.

Para evitar que as crianças de hoje se tornem adultos dependentes de constantes financiamentos, alertam os experts, também é necessário não ceder àqueles apelos típicos (“Mãe, compra para mim que eu te pago depois”). Outra maneira de torná-las financeiramente disciplinadas é não ficar fazendo propaganda do dinheiro que você poupa para o futuro delas – seja para bancar a faculdade, seja para adquirir bens como carro e apartamento. “Ficar falando disso pode fazer com que os meninos cresçam acreditando que a vida está garantida e não terão de correr atrás de nada porque receberão tudo dos pais”, alerta o professor Simões, da USP.

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