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Como conciliar demandas dos filhos e do parceiro – e os próprios desejos

Em muitos momentos da vida você se sente dividida entre contentar os filhos ou o parceiro? Saiba como fazer suas escolhas sem sentir culpa ou arrependimento.

Por Mariana Conte (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 03h07 - Publicado em 21 jul 2014, 22h00
Mariana Conte (colaboração)
Mariana Conte (colaboração) (/)
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Foto: Getty Images

Minha filha não ia participar de sua festa de formatura e eu e meu marido fechamos viagem nessa época. Agora, ela mudou de ideia e exige minha presença. Privilegio a filha ou o marido, que não é o pai dela? (Pergunta enviada por leitora)

A vida parece um eterno equilibrar de pratinhos, com filhos em um, casamento em outro, amizades em um terceiro, carreira, casa… Só que, conforme você vai fazendo escolhas, um pratinho ganha sua atenção e outros perdem um pouco. Essa alternância é natural, mas lidar com ela sem culpa não é nada fácil. “As mães não devem se sentir responsáveis por controlar tudo e precisam assumir suas decisões sabendo que todas elas acarretam consequências”, analisa a psicóloga Claudia Lins Cardoso, da Universidade Federal de Minas Gerais. Conforme-se com o fato de que não dá para agradar a todos sempre. Mais: você precisa ser contemplada nas próprias opções. Ou seja, não se trata apenas de contentar a filha ou o marido, mas de descobrir o que você tem mais vontade de fazer. Os dois são adultos e devem entender que é seu direito fazer escolhas sem que isso sinalize que gosta mais de um ou do outro.

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Se você afrouxar os laços com os filhos para se dedicar ao parceiro (ou à carreira), eles sentirão, claro, mas aprenderão a lidar com isso. Pense: canalizar a energia para cuidar de um bebê no primeiro ano é essencial para o crescimento dele. Conforme o tempo passa, porém, tal necessidade diminui. “Ao longo da vida, é importante estabelecer outras prioridades e nunca acreditar que está deixando os filhos de lado”, observa a psicóloga Mara Lúcia Rossato, da Clínica de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ensinar desde cedo que vocês não são grudados e que eles conseguem sobreviver sem a mãe – e viajar só com seu marido é uma das maneiras de demonstrar isso – fará diferença não apenas para sua vida mas para a formação deles como indivíduos autônomos. Saber gerir frustrações irá prepará-los melhor para os desafios do mundo.

Um passo importante é conversar com o parceiro. Seja ele pai dela ou não, precisa entender (e apoiar) as suas demandas como mãe. Nessa queda de braço por sua atenção (e seu amor), entram questões como ciúme e sentimento de posse dos dois lados. Reúna a família e convide-os a refletir que o papel de mãe e de parceira são só dois entre os que desempenha. Há suas vontades e necessidades como mulher e profissional. “Faça-os reconhecer a importância delas em vez de focarem apenas nos próprios desejos. Estimule-os a se colocar no seu lugar, sem culpa ou drama. A culpa traz hesitação, abrindo brechas para o outro achar que está certo”, diz o psicólogo Aurélio Melo, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Conselho adicional: nunca pense que escolher um é preterir o outro. Transmita segurança em relação a seu afeto pelo parceiro e pelos filhos, mostrando que ele existe independentemente da sua presença física na formatura ou na viagem. Então, faça sua escolha com firmeza, sendo honesta consigo mesma.
 

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