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Como animais de estimação ajudam no combate à violência doméstica

Entre 25 e 40 % das vítimas de violência doméstica não saem da perigosa situação em que se encontram, por não quererem abandonar seus animais de estimação

Por Hilary Hanson (colaboradora)
Atualizado em 11 abr 2024, 20h16 - Publicado em 12 jun 2015, 13h17
Getty Images (/)
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Um menino de 12 anos e seu querido gato se reencontraram após um centro especializado em violência doméstica de Phoenix, nos Estados Unidos, abrir um novo abrigo para animais de estimação para pessoas que vivem no centro.

Quando Robert Pressler e sua mãe Jennifer Pressler chegaram ao Centro Sojourner (centro de assistência à pessoas que sofreram algum tipo de violência doméstica), há dois meses, eles não queriam deixar para trás o seu gato laranja, o Clark Kent.

Na época, o centro estava construindo uma unidade para animais de estimação, há cerca de um ano e meio, mas ainda não tinha um lugar para Clark Kent ficar, disse Teri Hauser, diretor de promoção do centro, ao The Huffington Post. Jennifer Pressler considerou deixar o centro porque o gato não podia ficar lá.

“Nós teríamos que sair e não tínhamos para onde ir”, disse Pressler à estação local de TV, a Fox 10. Robert Pressler, Jennifer Pressler e Clark Kent, o gato, na abertura do abrigo de animais de estimação do Centro Sojourner. (RedRover)

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Com a ajuda financeira do grupo de resgate de animais RedRover, o Centro Sojourner encontrou alojamento temporário para o gato em um abrigo animal local, o Lost Our Home (Perdemos Nosso Lar, em tradução livre). (Desde 2008, o RedRover tem ajudado o Centro Sojourner a pagar pelo alojamento temporário dos animais de estimação de seus moradores).

No entanto, a separação do seu gato durante um momento tão traumático foi “devastadora” para Robert, disse Hauser, e o menino começou a ajudar na construção das instalações para os animais de estimação de todas as formas possíveis. “Ele vinha todos os dias”, disse Hauser. “Ele foi um participante sério ajudando os homens a fazerem o que eles sentiam que era seguro para ele.”

Clark Kent, junto de um outro gato e dois outros cães, mudaram-se para o Centro Sojourner na terça-feira. “É bom saber que eu estou aqui bem perto do meu gato, e ele está aqui sempre que eu preciso de alguém para me consolar,” disse Robert à Fox 10.

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Jennifer Pressler e Clark Kent, o gato (RedRover)

Só que o abrigo para os bichinhos de estimação vai ajudar muitas mais pessoas e animais do que Robert e Clark Kent. Menos de 3 % dos centros de violência doméstica têm qualquer tipo de alojamento para animais de estimação, de acordo com Hauser. Esse é um grande problema tanto para os bichinhos quanto para seus donos.

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Entre 25 e 40 % das vítimas de violência doméstica não saem da perigosa situação em que se encontram porque eles não querem abandonar seus animais de estimação, de acordo com a National Coalition Against Domestic Violence (Coalizão Nacional Contra a Violência Doméstica)

“Essas pessoas se deparam com decisões angustiantes e terríveis”, disse Esperanza Zuniga, gerente de ajuda na RedRover, que também doou parte dos fundos para construir o abrigo de animais da Sojourner.”[Eles] confrontam o ‘será que eu saio dessa situação perigosa e deixo o meu animal de estimação para trás enfrentando mais perigos?”

Quando as pessoas sofrem abusos, observou Zuniga, seus animais de estimação são muitas vezes vítimas também. De acordo com o Sojourner, 71 % das mulheres que são donas de animais e procuram refúgio em um centro disseram que seu agressor tinha também ameaçado, ferido ou matado o seu animal de estimação.

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dogsshelterOs cães de Teri Hauser, diretora-chefe do Centro Sojourner, posam na abertura do novo abrigo para animais de estimação do centro. (RedRover)

Por enquanto, a instalação do Centro Sojourner tem espaço para oito gatos e oito cães, bem como algumas aves e peixes. Se o programa piloto for bem-sucedido, Hauser disse que espera expandir o abrigo de bichinhos de estimação.

A reação dos moradores sobre o local para animais de estimação foi “fantástica”, acrescentou Hauser, especialmente as crianças, que compõem cerca de metade da população do abrigo. A equipe do abrigo de animais de estimação Lost Our Home, que tem parceria com o Sojourner, é a principal cuidadora dos animais, e as crianças do centro podem visitar seus animais de estimação enquanto a equipe está presente.

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Hauser espera que o sucesso do programa inspire outros abrigos em todo o país.

“Sabemos que os animais podem impactar o bem-estar das pessoas”, disse ela.

Para ver a lista de desejos do Centro Sojourner para a unidade, clique aqui.

Para um diretório pesquisável de centros de violência doméstica que aceitam animais de estimação, clique aqui.

(Tradução: Simone Palma)

 

Matéria publicada em Brasilpost.com.br

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