Como a paralisação dos caminhoneiros afeta sua rotina
Em São Paulo, os ônibus circulam com 60% da capacidade e aulas foram suspensas
A paralisação dos caminhoneiros entra nesta segunda-feira no oitavo dia e ainda segue em 16 Estados e no Distrito Federal. A categoria ainda mantém bloqueios em todo o país, o que causa o desabastecimento de produtos e combustível nas cidades. Polícias estaduais, Polícia Federal e tropas do Exército negociam a saída dos manifestantes das estradas e fazem escoltas para liberar a saída de caminhões-tanque de refinarias. Mesmo nos poucos postos que conseguiram receber combustível, o estoque não é suficiente. As filas ocupam quarteirões.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Gouveia, sugeriu que os postos de gasolina fracionem a quantidade de combustível abastecida por consumidor quando houver normalização. Gouveia disse que, após encerrado o movimento, os postos voltarão a ter combustível em até três dias e nos mercados o prazo previsto para retorno à normalidade é de até uma semana.
Em São Paulo, os ônibus municipais operam com 60% da capacidade. O rodízio de veículos está suspenso. Parte das escolas e das universidades, inclusive a USP, suspenderam as aulas. A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo orientou as diretorias de ensino a não considerar as faltas de professores e alunos nesta segunda-feira. Na rede estadual de Minas Gerais, as aulas estão suspensas desde sexta-feira. Em Santa Catarina, 80 das 1.073 escolas públicas não terão aulas regulares em razão da falta de combustível para o transporte escolar ou por dificuldades no fornecimento de alimentação.
O número de aeroportos afetados pela falta de combustível diminuiu na manhã desta segunda-feira, 28. De acordo com a Infraero, administradora de aeroportos, até as 11:50 desta segunda tinham 7 aeroportos com falta de combustível. No fim da noite de domingo, eram 8 terminais. Os aeroportos que ainda estão com problemas são: São José dos Campos (SP), Uberlândia (MG), Campina Grande (PB), Juazeiro do Norte (CE), Aracaju (SE), Foz do Iguaçu (PR) e Teresina (PI). No aeroporto de Guarulhos, as três maiores locadoras de veículos já não tem como atender os clientes.
O setor de telecomunicações também expressou preocupação à Anatel. O presidente da SindiTelBrasil, Eduardo Levy, relatou ao Estadão que, em caso de problemas, não será possível encaminhar equipes para manutenção. “Temos dificuldades de atender problemas de manutenção por falta de combustível. Se for na minha casa, na sua, não é tão grave. Mas se for num hospital, num Corpo de Bombeiro, num quartel de polícia, do Exército é grave. Se houver solicitação emergencial num local onde os veículos estão sem combustível, vai ficar sem funcionar internet e telefone“, disse Levy. Ele também reforça a preocupação caso haja necessidade do uso de geradores, uma vez que eles são abastecidos com diesel.
O presidente Michel Temer anunciou que o preço do diesel sofrerá uma redução de 0,46 centavos por litro do combustível. As outras novidades são três medidas provisórias que tratam da isenção da cobrança do eixo suspeito nos pedágios, a garantia de 30% dos fretes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para os caminhoneiros autônomos, e uma tabela com valores mínimos para os fretes rodoviários. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, indicou que o governo terá de aumentar impostos de “outras coisas” ou retirar benefícios tributários para garantir uma das partes da redução de impostos sobre diesel, com impacto de 4 bilhões de reais neste ano.
Acompanhe a situação nesta segunda-feira aqui.
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