Com que frequência você faz sexo?
A correria do cotidiano tem feito vários casais adiarem o prazer para o final de semana. Mas muita gente ainda se frustra achando que é preciso transar todo dia para ter uma vida sexual feliz
Estresse, corre-corre, agenda cheia. No final do dia, o objeto de desejo é a cama. Para dormir e nada mais. Sexo? Só no final de semana. Essa rotina está se tornando cada vez mais frequente entre os casais, que, com tantos compromissos de segunda a sexta-feira, perdem o fôlego para a relação sexual. “Falta tempo, tranquilidade e disposição, fundamentais ao prazer”, diz a psicóloga e terapeuta Aparecida Favorêto.
Feitiço do tempo
De acordo com sexólogos, é natural que o número de relações diminua ao longo da vida. “Um casal que aos 20 anos transava cinco vezes por semana passa para quatro aos 30, duas aos 40 e uma aos 50”, afirma o psiquiatra e terapeuta sexual Carlos Eduardo Carrion. Há, no entanto, fatores que contribuem para que essa queda seja mais intensa. “Alguns homens e algumas mulheres sofrem com o empobrecimento da vida sexual porque não se dedicam a ela”, alerta Carrion. “Eles param de fantasiar, de usar a criatividade e de se dedicar ao erotismo, como faziam no início da vida a dois.” A psicóloga Aparecida Favorêto concorda: “É preciso resgatar pequenos prazeres do tempo de namoro, como sair para dançar, passear de mãos dadas, ficar abraçadinho. Assim, o desejo encontra espaço para surgir”, esclarece.
Algumas alterações orgânicas conspiram contra o desejo. Nas mulheres, a tensão pré-menstrual, as mudanças hormonais e as dores ou o desconforto durante ou após as relações encabeçam a lista. Nos homens, problemas de saúde, como hipertensão e colesterol alto, são os que mais atrapalham, além da queda do nível de testosterona (o hormônio masculino responsável pela libido), mais acentuada a partir dos 45 anos. A ingestão de medicamentos, como os utilizados para controlar diabete, pressão alta ou epilepsia, e o consumo de álcool, drogas ou cigarro são outros fatores que podem interferir na libido. Quanto à parte emocional, medo, baixa autoestima, depressão, irritabilidade e alterações de sono comprometem o desempenho sexual masculino e feminino, assim como preconceitos e tabus, que geram insegurança sobre o comportamento e a opção sexual de cada um.
Falta de sintonia
O problema de falta de desejo se torna maior quando atinge apenas um dos integrantes do casal. Com o tempo, quem evita o sexo fica com a autoestima comprometida, além de se sentir inseguro a respeito de sua capacidade de sedução. Enquanto isso, o outro se ressente por não estar sendo desejado. Cria-se um ciclo vicioso: o preterido se torna ansioso e começa a cobrar um maior número de relações; o que está sendo pressionado acaba tenso e cada vez tem menos vontade de fazer sexo. Essa falta de sintonia provoca raiva e hostilidade. “Muitos casais se afastam para não discutir o assunto”, explica Aparecida.
Relaxar é o melhor remédio
Para se satisfazer na cama, o melhor a fazer é respeitar os próprios limites. Claro que resgatar o desejo perdido é muito importante, mas não adianta se torturar porque não consegue ter o mesmo pique dos 20 anos. Ou seja, o ideal é relaxar e respeitar o seu ritmo. Para isso, Nelson Vitiello dá uma sugestão: pergunte-se “por que fazer sexo?” A resposta deveria ser simplesmente “porque é bom”, não porque o número de relações caiu ou porque o parceiro tem questionado o seu desejo. Aos poucos você vai perceber que é possível encontrar tempo para o prazer – mesmo que a agenda esteja cheia de outros compromissos.
Segredos eróticos
Pequenas atitudes que podem ajudar a despertar o desejo
· Façam atividades juntos, como preparar o jantar. Isso resgata a intimidade.
· Tomem um longo banho e depois espalhem cremes pelo corpo um do outro. Vocês vão relaxar e se preparar para o sexo.
· Deitem-se antes de sentir sono. Assim terão mais disposição.
· Visitem uma sex shop. Há desde camisinhas com sabor a acessórios mais ousados, que criam um jogo sensual e divertido.
· Escolham programas da época do namoro. O clima erótico pode surgir na danceteria, no cinema…