Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Super Black Friday: Assine a partir de 5,99

Coluna da Mônica Martelli: “Cada casal tem seu jeito de funcionar”

Nossa colunista Mônica Martelli adverte: "Relacionamento não é confessionário"

Por Mônica Martelli (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 05h22 - Publicado em 18 jun 2016, 07h00
Getty Images
Getty Images (/)
Continua após publicidade

É muito prazeroso estabelecer uma relação de intimidade: confiar em alguém a quem você pode se entregar e com quem pode conversar sem censura. Claro, no começo de um relacionamento sempre existe uma certa cerimônia. A descontração vai evoluindo aos poucos, de forma natural, e você vai se abrindo com o passar do tempo, ficando mais à vontade, mais segura para falar de seus sentimentos, da sua vida. No sexo, quanto mais intimidade, melhor. A possibilidade de revelar nossas fantasias e nossos desejos vai criando mais vínculos e a gente fica mais apaixonada.

Agora, um pouquinho de cerimônia é bom para qualquer relação; você mantém o limite do bom senso. Senão, vai relaxando, folgando, falando muitas verdades que não têm que ser ditas, perdendo aquela gentileza necessária. Deixa de se arrumar para a pessoa, deixa a porta do banheiro aberta… Tem gente que pensa: “Ah, quando você ama, tem que conhecer tudo do outro”. Só que certas situações eu não quero conhecer, não, muito obrigada!

Uma vez comecei a namorar um cara e no primeiro fim de semana viajamos para um hotel na serra. Assim que entramos no quarto, joguei minha bolsa em algum canto e fui tomar um banho. Fechei a porta do banheiro, mas cometi o erro de não trancar, e ele entrou. Achei aquilo estranho, porque ainda não havia intimidade entre nós a ponto de dividir um banheiro. Pois estou eu dentro do box, debaixo do chuveiro, e cai em cima de mim uma cueca, que ele tinha jogado! E ainda ouvi: “Amor, lava pra mim?”

Na hora meu corpo paralisou. Não sabia o que pensar. “Amor”? Como assim? Tudo que eu quero é ser chamada assim, mas eu ainda não era o amor daquela criatura sem noção. Ele não podia me chamar de amor naquele momento; senão, dali a um mês estaria me chamando de quê? E “lava pra mim”? Eu? Lavar a cueca dele, na primeira semana de namoro? Ali, dentro daquele box, com a água caindo na cabeça, com vontade de chorar, fugir ou rir de nervoso, eu pensei: “Não tem mais para onde ir: amanhã ele estará fazendo cocô na minha frente”. Tenho mais intimidade com a minha secretária, com quem eu nunca transei, do que tinha com ele! Às vezes você é próxima de uma amiga e conta tudo para ela, mas não é tão chegada à pessoa com quem dorme todo dia. E, nesse caso, era o primeiro fim de semana dormindo juntos!

Mal comparando, a gente recebe da mãe um amor ilimitado, uma aceitação incondicional. É uma intimidade que só existe nessa conexão. Você sabe que ela vai te acolher e te aceitar em qualquer situação. Acho que a gente procura na vida reproduzir essas associações de confiança absoluta. Só que esse cara achou que eu fosse a mãe dele! Ainda é machista, porque queria ver a mulher lavando sua cueca.

Claro que não existe fórmula, cada casal tem o seu jeito de funcionar, mas existe um tempo para as coisas acontecerem. O primeiro “eu te amo”, o primeiro ronco, o primeiro pum, a primeira discussão, a primeira vez que você se irrita com ele, a primeira olhada no celular dele, a primeira vez que você tem coragem de dizer que odeia as calças que ele usa. É como subir uma escadaria, um degrau de cada vez, até chegar em cima. E o melhor é mesmo a gente nunca chegar lá no alto, há que ter sempre algum mistério. Afinal, a gente não tem que saber absolutamente tudo do outro. Relacionamento não é confessionário.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.