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ONG oferece apoio jurídico, psicológico e social a mulheres agredidas

A Bem Querer Mulher surgiu em 2004 pela iniciativa de um homem, o empresário João Santos

Por Da Redação
Atualizado em 18 abr 2024, 15h07 - Publicado em 30 Maio 2019, 16h00
Violência contra a mulher
 (CP Photo Art/Getty Images)
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Em 2004, quando o tema da violência contra a mulher ainda era pouco discutido no Brasil, o empresário João Santos com o apoio da ONU Mulheres criou o Bem Querer Mulher. Trata-se de um programa que busca enfrentar as agressões sofridas por elas no país. “Naquela época esse tema era abandonado pelos principais programas sociais”, conta João.

Não era por falta de demanda. No período, uma pesquisa de nível global revelou que, entre 158 países, o Brasil liderava o triste ranking da violência contra a mulher. “Faltava um olhar mais cuidadoso para a questão”, lembra o fundador, que resolveu comprar a briga. Uma das primeiras ações do Bem Querer Mulher foi a criação de um fundo nacional para o combate da situação, o primeiro do tipo no país. Os recursos arrecadados eram canalizados a projetos específicos.

O fundo acabou se tornando um projeto próprio e deu origem ao programa de formação de agentes Bem Querer Mulher. O objetivo era capacitar lideranças comunitárias a receberem vítimas de agressões. Para isso, os inscritos passavam por um curso de 100 horas que envolvia palestras, atividades em grupo e visitas a campo.

Foram capacitadas mais de 200 pessoas para acolher mulheres agredidas, a grande maioria com atuação nas periferias. Com o sucesso, surgiu a necessidade de criar um controle mais efetivo do impacto do projeto. Assim, criou-se o primeiro centro de atendimento permanente às mulheres vítimas de violência. “Em 2011, assinei um convênio com a Secretaria de Justiça para capacitar servidores públicos para atuar no CIC, Centro de Integração da Cidadania do Estado de São Paulo”.

Com a capacitação de funcionários em seis CICs, houve um grande passo no acolhimento de mulheres. Em quatro locais, surgiram espaços especializados para o acolhimento de vítimas. “Algumas delas se engajaram de forma muito forte no tema, se apaixonaram pela causa”, conta João.

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O CIC Leste, localizado na região do Itaim Paulista, obteve destaque: a liderança criou um modelo de atendimento transformando o local em referência. “Cresceu tanto que tivemos que alugar uma casa para dar conta de toda a demanda, foi quando nasceu a Casa Bem Querer Mulhereviva”, explica. No projeto, mantido pela ONG, trabalham seis pessoas entre agentes e psicólogas.

“A gente tem o foco de prestar atendimento à vitima e fazer também a prevenção junto a meninos e meninas”. Para facilitar o acesso, houve recentemente o lançamento de um aplicativo para que mulheres agredidas encontrem um agente para apoiá-las.

“A mulher vítima de agressão vai poder conversar e a partir das características de cada história haverá um encaminhamento. Se tiver que ir até uma delegacia, o agente poderá ir junto e depois acompanhar o caso. A mulher poderá ter também sessões com psicólogas, apoio de advogados especializados, assistência social. Vamos acompanhá-la até a resolução do caso”, explica João. 

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No ano passado, um novo trabalho se iniciou, o Se Liga Moçada, voltado exclusivamente para conscientização de adolescentes sobre o tema da violência contra a mulher. É uma parceria com o CIEE que pretende alcançar 6 000 jovens.

Quer saber mais sobre o Bem Querer Mulher? Acesse o site: https://www.bemquerermulher.org.br/site/

Leia mais: + Resgatadas do inferno: as mulheres trans libertadas do tráfico de pessoas

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