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Artista exprime sua origem indígena em obras empoderadas

Moara Brasil traz em suas delicadas obras temas que valorizam mulheres indígenas e sua cultura

Por Gabriela Maraccini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 fev 2020, 15h13 - Publicado em 24 jul 2019, 18h05

A origem indígena e o amor pelo desenho fizeram com que Moara Brasil transformasse a espiritualidade, filosofia, rituais e cosmovisão indígena em obras de arte. Aos 36 anos, a artista e curadora independente deseja inspirar as pessoas para que elas busquem suas memórias e ancestralidades, além de valorizar a cultura indígena.

“Quero que as pessoas busquem a origem de suas famílias, porque é difícil de saber hoje em dia porque a colonização foi muito forte. Quero colocar as mulheres indígenas de volta à ativa e melhorar a autoestima delas”, declara Moara em conversa com CLAUDIA.

Moara nasceu em Belém do Pará e tem ascendência Borari ou Tapajônica (Santarém – Baixo Amazonas). Começou a estudar Direito, mas trancou o curso porque sua mãe não tinha condições de arcar com os estudos da filha.

Seu primeiro contato com a arte foi aos 20 anos, customizando roupas e fazendo estampas manualmente em um brechó que abriu com a amiga na cidade. “Desde então, eu fiquei muito envolvida com a moda”, conta.

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Moara
Moara pintando o Viaduto do Bexiga (Instagram/Reprodução)

Moara mudou-se para São Paulo há 10 anos, depois de se formar em publicidade e propaganda. Ela queria estudar ainda mais. “Fiz técnico em moda, trabalhei com isso, mas acabei não me identificando como estilista e queria começar a estudar sobre Arte. Eu queria ser artista.”

Em 2015 fez sua primeira exposição e não parou mais. Ia de São Paulo a Belém e de Belém a São Paulo para apresentar suas obras. Seu trabalho inicial foi inspirado em sua origem indígena e na primeira aldeia em que viveu.

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“A partir disso senti mais vontade de tentar me reconectar com essa origem”, conta. “Desenvolvi pinturas, instalação de objetos e uma série de colagens com inspiração no sagrado feminino da cosmovisão indígena, do protagonismo das mulheres do Acre, das benzedeiras e curandeiras”, compartilha Moara.

Nascimento de Vênus
Nascimento de Vênus (Releitura de foto de Claudia Andujar). Colagem e Pintura. 2017 (Instagram @moarabrasil/Reprodução)

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Hoje, ela trabalha com colagens, que produz misturando tinta acrílica, imagens de mulheres indígenas (tratadas digitalmente) e pedaços de papéis de livros doados; além de murais, desenvolvidos com látex, materiais orgânicos e spray.

Ancestralidade indígena

A maioria de suas obras retratam mulheres indígenas, com o objetivo de ressaltar sua beleza, cultura e luta, associando também a espiritualidade e cosmologia ao ambientá-las no universo. Moara também representa a força do feminino, como na obra “Reconexão”, que apresenta um útero cheio de flores, também dentro de um universo.

Moara Brasil
Moara ao lado de sua obra “Reconexão” (Instagram/Reprodução)

Sua próxima aposta é o “Museu da Silva” (“Silva” significa “selva”, o que é selvagem), que Moara pretende lançar em agosto deste ano. A exposição contará a origem de sua família.

“Os conhecimentos da minha avó, que era benzedeira, a visão política do meu avô, toda a cultura da família do meu pai, que vivia em uma comunidade em Santarém, estarão sendo representados nesta exposição”, afirma Moara.

Obra de Moara
Representação de Tanoné, uma das 20 lideranças indígenas femininas no Brasil. (Instagram @moarabrasil/Reprodução)

Para o futuro, a paraense tem dois sonhos. “Levar todos os meus parentes indígenas comigo em minhas obras e ficar reconhecida como artista tão importante ou igual quanto outros artistas”, revela Moara.

O segundo sonho é lutar. Uma semana antes da entrevista com CLAUDIA, a exposição em que Moara participava em Embu das Artes, “Mbai”, foi completamente destruída em um ato de vandalismo. “Foi por puro ódio pelos indígenas. A exposição valorizava as línguas indígenas e foi totalmente destruída. Eu quero lutar contra isso”, diz firmemente.

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