A polêmica de Semenya, obrigada a se medicar para competir com mulheres
Uma decisão oficial polêmica tira a atleta das próximas competições, a não ser que ela tome remédios que reduzam seus níveis hormonais.
A atleta bicampeã olímpica Caster Semenya venceu ontem com recorde mais uma prova dos 800 metros, que pode ser sua última, e reacendeu a polêmica sobre mulheres com desenvolvimento sexual diferente no esporte. Isso porque, ela tem uma alteração endócrina natural que faz com que o corpo produza testosterona em excesso. O problema é que e a Corte Arbitral dos Esportes decidiu que mulheres com níveis elevados desse hormônio não podem mais competir com outras em algumas modalidades.
A regra entra em vigo no próximo dia 8 e, se Semenya quiser competir em provas de 400 a 1500 metros, deverá tomar medicamentos que reduzam a testosterona de seu corpo.
Porém, a atleta já afirmou que não usará nenhum medicamento e também não deixará o atletismo. “É mais do que um esporte, é sobre a dignidade humana, orgulho humano”, disse.
A polêmica começou em 2009, quando, ao conquistar resultados incríveis, ela foi obrigada a fazer testes que comprovassem que é mulher. A partir daí, Semenya travou uma disputa judicial e ética com a federação de atletismo.