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A atenção na educação de crianças gêmeas

Gestações múltiplas são cada vez mais frequentes e sempre deixam os futuros pais bastante ansiosos. Respeitar a personalidade de cada criança é o melhor caminho para educar gêmeos felizes

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 27 out 2016, 19h08 - Publicado em 14 jun 2012, 22h00
Reportagem: Ana Leite - Edição: MdeMulher
Reportagem: Ana Leite - Edição: MdeMulher (/)
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Os pais devem reconhecer e respeitar a individualidade dos filhos gêmeos
Foto: Getty Images

Para os futuros pais, a notícia de que a gravidez é múltipla costuma despertar sentimentos conflitantes alternando alegria e vitória com dúvida e rejeição. Isso é absolutamente normal. Se um único filho já modifica profundamente a vida do casal, que dirá gêmeos ou trigêmeos. “Questionar a vinda de duas ou mais crianças de uma só vez é tão inevitável quanto penoso e pode gerar muita culpa e irritação”, diz a psicóloga Julieta Quayle, de São Paulo.

Será que vamos conseguir? Será que vamos ser capazes de dar a eles a mesma atenção que daríamos a apenas um filho? Ter que dividir tudo vai prejudicar o desenvolvimento das crianças? Preocupação, medo e insegurança em relação ao futuro desempenho como pais, o que gera mais ansiedade.

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Para driblar esse sentimento que atinge quase todos os casais nessa situação, os especialistas fazem uma recomendação: reconhecer e respeitar a individualidade dos filhos. Achar que as crianças são a mesma pessoa simplesmente porque nasceram no mesmo dia ou porque são fisicamente idênticas é um mito ainda presente no inconsciente coletivo. “Entretanto, estudos italianos feitos a partir de ultrassons de grávidas de gêmeos demonstraram que, mesmo dentro do útero, os fetos se comportavam de maneira distinta”, afirma Julieta Quayle.

Dose extra de sensibilidade

É verdade que hoje em dia pais e educadores já não se entregam tão facilmente à tentação de colocar roupas iguais nas crianças ou de fazê-las frequentar a mesma classe na escola. Mesmo assim, é comum a sociedade – leia-se família e amigos – tentar apontar nelas semelhanças que não existem. Fazem isso comparando o desempenho dos irmãos e cobrando deles os mesmos resultados em suas conquistas.

Esse hábito é extremamente prejudicial ao desenvolvimento, porque não permite perceber as dificuldades e os limites de cada um. “É como se o adulto anulasse o potencial criativo daquelas crianças cortando sua capacidade de crescer e de fazer suas próprias descobertas. Ou seja, é a não-valorização das suas habilidades”, diz a psicoterapeuta infantil Ana Cristina Ribeiro Alves, de Florianópolis.

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Acalmando as disputas

Irmãos têm, naturalmente, o hábito de disputar o amor e o carinho dos pais. Com gêmeos, que já dividiram a mesma “casa” durante toda a gestação, isso fica ainda mais evidente. Encarar a situação de forma natural, evitando acentuar uma possível rivalidade, é o melhor caminho para manter saudável o vínculo entre pais e filhos. Em alguns momentos, é aconselhável interferir para não incentivar a disputa. Como? Desde a infância, os pais devem deixar claro, com palavras e atitudes, a capacidade que têm de dividir seu tempo e sua atenção. Uma sugestão é criar momentos de convivência individual. O casal se separa de vez em quando e tanto o pai quanto a mãe dedicam um dia inteiro ou até um final de semana a apenas um dos filhos. É uma boa oportunidade de fazer as vontades de cada criança e demonstrar o prazer que sente em estar em sua companhia.

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