20 empresas em que as mulheres têm mais chance de ser CEO
Mais de 70 anos. Essa é a estimativa para alcançar a equidade salarial entre homens e mulheres no mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A conclusão consta no relatório Mulheres no Trabalho: Tendências 2016
Uma das iniciativas para fomentar a equidade de gênero, ocorreu no dia internacional da mulher, 8 de março. O evento “Por um planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela igualdade de gênero”, premiou e destacou 20 empresas brasileiras que contam com programas de incentivo.
Lideranças femininas se reuniram em São Paulo a convite da consultoria especialista em qualidade de ambientes de trabalho, Great Place to Work (GPTW), ONU Mulheres e a Associação Movimento Mulher 360.
Conheça os diferencias das empresas premiadas:
Participação de mulheres em cargo de diretoria
O ranking da GPTW com as 135 melhores empresas para trabalhar no Brasil em 2015, aponta que 85% possuem mulheres em cargo de diretoria. Entre as 20 melhores empresas para mulheres, 100% possuem mulheres em cargo de liderança.
O diretor-geral do Twitter no Brasil, Guilherme Ribenboin destaca que 50% da diretoria da empresa é composta por mulheres. “Não é simplesmente uma questão humanitária e de direitos iguais, e sim de negócios. As empresas que incentivam igualdade têm mais resultado.”
CEOs Mulheres
Entre as 20 empresas do destaque GPTW Mulher, sete contam com mulheres como principal executiva, ou seja, 35% do total. A diferença se acentua entre as 135 melhores empresas premiadas, apenas 10% são CEOs.
Comparados com o resto do mundo, os índices são altos. Das 500 empresas da Standard & Poor, 20 são comandadas por mulheres, aponta a organização sem fins lucrativos Catalystic. Apenas 4%.
Lídia Abdalla, CEO do Laboratório Sabin, especialista em medicina diagnóstica do Brasil, afirma que as mulheres são criativas para administrar. A presidente da empresa premiada reforça, que “é possível que uma mulher construa uma carreira com as mesmas oportunidades do que um homem.” Cerca de 77% do total de funcionários são mulheres e 74% dos cargos de liderança são ocupados pelo sexo feminino.
Mulheres em diferentes setores
Entre as 20 empresas de destaque, as mulheres ocupam 64% dos cargos de não gestores, 58% de cargos de média liderança e 49% de cargos de alta liderança.
O nível ideal de distribuição das empresas, segundo o GPTW, é de 51,03% de mulheres – a distribuição populacional por gênero no país, segundo o Censo 2010.
Por que a diversidade é importante?
Se, no meio da carreira, a presidente da Johnson&Johnson do Brasil, Maria Eduarda Kertész, rejeitava iniciativas de igualdade de gênero nas empresas, hoje, ela é uma entusiasta.
“Eu vi algumas mulheres muito capazes desistirem da sua carreira por acharem que não davam conta, por conviverem com outros setores mais difíceis do que o meu. Por isso, sei que é uma causa importante.”
A participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro avança gradativamente. Entre 2013 e 2014, foram criados 493 mil postos de trabalho, segundo o Ministério do Trabalho e à Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
Porém, o rendimento é menor se comparado com os homens que possuem o mesmo nível de escolarização, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2014, as mulheres receberam 74,5% dos salários do sexo oposto. A diferença aumenta conforme mais anos de estudo: quanto maior a escolaridade, maior a desigualdade de renda entre homens e mulheres.
Duda, como é conhecida no meio corporativo, ressaltou no evento que a mudança deve começar com a criação dos filhos dentro de casa. “Ter um companheiro que participe da vida da família é fundamental para que a gente possa exercer a liderança na empresa.”
Confira a lista com as 20 empresas premiadas:
Apetit Serviços de Alimentação – Fornecimento de alimentos preparados para empresas
AstraZeneca do Brasil – Fabricação de medicamentos para uso humano
Banco Losango – Atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto imobiliários
Bristol-Myers Squibb – Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso humano
Centro Universitário Una – Educação superior – graduação e pós-graduação
Consórcio Luiza – Administração de consórcios para aquisição de bens e direitos
CULTURA INGLESA BH – Ensino de idiomas
Cultura Inglesa RJ, DF, GO, ES e RS – Ensino de idiomas
Ford Credit Brasil – Atividades de consultoria em gestão empresarial, exceto consultoria técnica específica
Genzyme – Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso humano
LABORATÓRIO LEME – Atividades de atenção à saúde humana
LABORATÓRIO SABIN DE ANÁLISE CLÍNICAS – Laboratórios clínicos
Mercadinhos São Luiz – Serviços combinados de escritório e apoio administrativo
Renaissance São Paulo Hotel – Hotéis
SESC/RS – Serviços de assistência social sem alojamento
Teleperformance – Atividades de teleatendimento
ThoughtWorks Brasil – Desenvolvimento de programas de computador sob encomenda
UniBH Centro Universitário de Belo Horizonte – Educação superior – graduação e pós-graduação
Zambon Laboratórios Farmacêuticos Ltda – Fabricação de medicamentos para uso humano
ZODIAC – Fabricação de medicamentos para uso humano
Desigualdade de gênero nas instituições
Ontem, dia 8 de março, para celebrarmos o Dia Internacional da Mulher, o portal MdeMulher e as revistas CLAUDIA, ELLE, COSMOPOLITAN Brasil, Estilo, Boa Forma, Casa Claudia, Capricho e os sites Bebê.com.br juntaram forças e promoveram o M/Live. Cynthia Almeida (colunista de carreira), Juliana de Faria, do Think Olga e Anna Maria Guimarães, coordenadora geral do curso de Conselheiras da Saint Paul Escola de Negócios, debateram sobre igualdade de gênero no trabalho. Afinal, por que a diversidade é importante para as organizações? Confira o registro abaixo: