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10 anos após sua morte, Eloá ajudou a salvar vidas de mulheres pelo Brasil

Ao fazer a doação de órgãos da filha, a mãe de Eloá devolveu a esperança para pelo menos cinco famílias

Por Da Redação
Atualizado em 16 jan 2020, 07h00 - Publicado em 14 out 2018, 14h46
Caso Eloá
 (Reprodução/Acervo pessoal)
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A obsessão do ex-namorado da jovem Eloá Cristina da Silva Pimentel, de apenas 15 anos, atravessou todos os limites até culminar em um ato bárbaro em 2008. A adolescente havia terminado o seu relacionamento com Lindemberg Alves Fernandes, então com 22 anos, mas o entregador de pizzas não aceitou o fim do namoro. Desrespeitando a decisão dela, ele resolve então invadir o apartamento de Eloá, em Santo André, e a manteve em cárcere privado por 5 dias.

Após longas negociações, a polícia invadiu o local no dia 17 de outubro e iniciou uma luta corporal com o sequestrador que conseguiu atirar contra Eloá. A jovem foi levada às pressas para o hospital, mas teve a morte cerebral decretada no dia seguinte. O caso comoveu a todos e gerou um debate sobre como a mídia trata a violência contra mulheres e o porquê do Brasil registrar uma morte de mulheres a cada duas horas.

Em meio à tragédia que tirou a vida da jovem, uma escolha salvou outras. Ao saber da morte cerebral da filha após a operação policial em seu apartamento, Ana Cristina Pimentel da Silva, mãe de Eloá, precisou tomar uma decisão importante em questão de minutos. Ela decidiu doar os órgãos de sua filha e salvar vidas de desconhecidos, devolvendo a esperança para ao menos cinco famílias. O momento era de sofrimento, mas o ato de coragem e generosidade de Ana Cristina inspirou muitas pessoas a buscarem informações sobre como proceder para se tornar um doador de órgãos.

Como faço para ser um doador de órgãos?

Segundo o Ministério da Saúde, não basta a pessoa querer ser um doador de órgãos, a família precisa estar ciente e respeitar essa decisão. Apenas a família pode autorizar a doação de órgãos do seu ente querido. Existem dois tipos de doadores que podem realizar o procedimento, são eles:

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1 – O doador vivo. Desde que não prejudique a sua saúde, qualquer pessoa que concorde com a doação pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei brasileira, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Somente com autorização judicial é que é permitida a doação para pessoas que não são parentes.

2 – O doador falecido. Pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de danos cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC, podem doar seus órgãos para pacientes que aguardam na lista única de transplantes, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.

O Brasil é referência mundial na área de transplantes de órgãos, sendo o 2º país que mais realiza esses procedimentos. Cerca de 96% dos procedimentos de todo o país são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes que realizam o ato pelo SUS recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante.

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