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A história da delegada que mudou o combate à violência contra mulheres

A delegada é finalista do Prêmio CLAUDIA 2025, na categoria Trabalho Social, por sua atuação inovadora e humanista na segurança pública paulista

Por tiagojokura
9 dez 2025, 18h09 •
Ivalda Aleixo é delegada do DHPP, em São Paulo.
Ivalda Aleixo é delegada do DHPP, em São Paulo. (Arquivo pessoal/Arquivo pessoal)
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  • A trajetória de Ivalda Aleixo na Polícia Civil é uma prova de dedicação e propósito que transcende o rigor da investigação, colocando a humanidade e o combate à violência de gênero no centro da política de segurança pública.

    Sua jornada, que culminou em uma posição de destaque no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), é descrita pela própria delegada como uma construção contínua e não planejada.

    “Minha trajetória na Polícia Civil nunca foi uma linha reta — foi uma construção diária, feita de escolhas difíceis, oportunidades inesperadas, muito trabalho e dedicação”, afirma Ivalda, que entrou na corporação motivada pelo desejo de investigar.

    No entanto, ela ressalta que o sucesso não veio por acaso. “Houve propósito: fazer a diferença. O restante foi consequência de dedicação e de acreditar profundamente que o trabalho de polícia judiciária, de investigação policial, se faz com técnica, legalidade, coragem e humanidade.”

    Como reconhecimento dessa jornada em prol da segurança pública e dos direitos humanos, Ivalda é uma das finalistas do Prêmio CLAUDIA 2025, na categoria Trabalho Social.

    Representatividade feminina

    Como uma das poucas mulheres a ocupar um cargo de alta relevância na polícia, Ivalda enxerga sua posição como um símbolo e uma responsabilidade que vai além de sua atuação individual.

    “Representa a consciência de que cada gesto meu dentro da Polícia Civil fala não só por mim, mas por outras mulheres que vieram antes e de todas que ainda virão, pois não caminho sozinha”, destaca.

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    Sua presença também é uma mensagem de empoderamento, especialmente para as vítimas.

    “E, para as mulheres, especialmente as que sofrem violência, espero que minha trajetória seja um símbolo de que elas têm voz, têm quem lute por elas e têm espaço — inclusive dentro das instituições de segurança — para serem protagonistas.”

    Ela acredita que sua identidade feminina oferece uma vantagem estratégica em campo: “Ser mulher me deu algo que nenhum curso ensina: a capacidade de ler nuances emocionais, compreender silêncios e perceber riscos que às vezes passam despercebidos.”

    Embora reconheça avanços, Ivalda afirma que a luta ainda é longa. “Nós estamos prontas e queremos apenas ter as oportunidades para ocupar lugares de decisão que nos têm sido negados desde sempre.”

    Feminicídio: um problema estrutural e moral

    O combate ao feminicídio e à violência de gênero é tratado pela delegada como uma prioridade moral e institucional.

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    Para ela, o maior desafio é desmistificar a ideia de que se trata de um problema privado.

    “O mais importante é romper a ideia de que violência contra a mulher é um assunto particular, doméstico. Não é. É um problema estrutural, de segurança pública”, explica.

    Ela descreve a violência de gênero como uma ferida coletiva: “É impossível olhar para os números e não transformar isso em prioridade moral.”

    Dentro do DHPP, o foco é institucionalizar essa prioridade, com capacitação, humanização do atendimento e padronização de procedimentos.

    Inovação e legalidade

    Na busca por eficiência, Ivalda implementou o perfilamento criminal nas investigações de homicídios — uma inovação que torna o trabalho policial mais preciso e célere.

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    “O perfilamento criminal ajuda a ‘dar rosto’ ao agressor antes mesmo de encontrá-lo”, afirma, explicando que a técnica se baseia na análise de comportamento e padrões.

    Ela defende a adaptação de modelos internacionais bem-sucedidos para a realidade brasileira: “Inovar não é importar; é transformar conhecimento, adaptar aquilo que deu certo para a nossa realidade e buscar mais uma ferramenta efetiva de auxílio nas investigações e de proteção à vida.”

    Apesar do clamor popular por repressão ostensiva, a delegada é categórica na defesa dos direitos civis.

    “Mas o uso desmedido, descontrolado da força, com desrespeito aos direitos básicos, já não é segurança; é brutalidade.”

    Para ela, a conciliação entre firmeza e legalidade é essencial: “Direitos humanos não protegem criminosos; protegem a sociedade como um todo — inclusive aqueles que, dentro das instituições, dedicam a vida a cumprir seu dever.”

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    Ênfase na “proteção à pessoa” no DHPP

    Ivalda Aleixo tem trabalhado para reforçar o sentido completo da sigla DHPP, destacando que as missões são inseparáveis. “Eu reforço diariamente que investigar homicídios e proteger pessoas são missões inseparáveis.”

    Isso se traduz em ações como acolher famílias, prevenir violências, humanizar o atendimento e qualificar escutas. “Proteção à pessoa não é um complemento — é a finalidade última”, conclui.

    Planos para 2026

    Para 2026, seu plano é focado em justiça e esperança: “Meu plano para o novo ano é simples e ambicioso: transformar cada evidência em verdade, cada verdade em justiça e cada vida protegida em esperança de uma sociedade mais justa e humana.”

    O Prêmio CLAUDIA 2025

    O Prêmio CLAUDIA chega a sua 25ª edição, celebrando mulheres que transformam o Brasil em diferentes áreas. A edição 2025 será realizada em 9 de dezembro, às 20h, no Roxy Dinner Show, Rio de Janeiro, e destaca finalistas que se tornaram referência em cultura, educação, negócios, direitos da mulher, saúde, inovação, sustentabilidade, trabalho social, influência digital e impacto do ano.

    O júri desta edição reúne nomes influentes e plurais, como Zezé Motta, Maria da Penha, Luiza Helena Trajano, Ana Fontes e a jornalista Aline Midlej, além das representantes da Editora Abril: Karin Hueck (editora-chefe de CLAUDIA), Helena Galante (diretora de núcleo da Abril) e Andrea Abelleira (VP de Publishing da Editora Abril).

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