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Conheça Lisiane Lemos, Secretária Extraordinária de Inclusão Digital do RS

Eleita pela ONU como uma das mulheres negras abaixo dos 40 anos mais relevantes do mundo, Lisiane Lemos atualmente trabalha para ajudar o Rio Grande do Sul

Por Kalel Adolfo
Atualizado em 17 jun 2024, 16h46 - Publicado em 14 jun 2024, 09h00

Lisiane Lemos é uma verdadeira força da natureza: em pouco mais de uma década de carreira, a especialista em tecnologia trabalhou no terceiro setor, morou na África, ocupou cargos de liderança em grandes companhias como a Microsoft e Google e, atualmente, é Secretária Extraordinária de Inclusão Digital e Apoio às Políticas de Equidade no estado do Rio Grande do Sul.

Aliás, é em seu mais recente posto que, sem dúvidas, vem experimentando o seu propósito da maneira mais intensa possível: “Nenhum MBA ou curso poderia me preparar para o que estamos enfrentando”, diz sobre o seu trabalho nas recentes catástrofes climáticas que devastaram as terras gaúchas.

Atualmente, Lisiane reside em Porto Alegre, onde coordena uma operação para atenuar as consequências da tragédia: “Preciso ficar concentrada naquilo que eu posso fazer diretamente da minha casa, onde ainda há luz e internet”, conta. O esforço trouxe resultados: em pouco tempo, a secretária conseguiu retomar a conexão nas regiões mais afetadas. “Estou concentrada em atender às minorias”, afirma.

A recuperação da conectividade, segundo Lisiane, é essencial tanto para viabilizar o recebimento de alimentos, cobertores e roupas, quanto para mobilizar e informar a população em relação ao que está acontecendo a cada instante. “É um alívio ter boas conexões e conseguir agilizar o que for necessário para ajudar as pessoas.”

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Curiosamente, a trajetória de Lisiane Lemos em prol da transformação social se iniciou não na tecnologia, mas sim no Direito. Formada pela Universidade Federal de Pelotas, se mudou para Moçambique a fim de voluntariar na AIESEC, organização que desenvolve habilidades de liderança em jovens por meio de intercâmbios.

Tudo mudou, porém, quando sofreu um acidente que lhe forçou a voltar para casa: “Caí em um bueiro e quase precisei amputar a perna. Ao mesmo tempo, se eu não tivesse caído, não teria voltado para o Brasil. Sem estar aqui, não teria trilhado o caminho que percorri até hoje”, afirma. De volta a terras brasileiras, ocupou o cargo de Especialista em Soluções na Microsoft. Em 2021, tornou-se Gerente de Programas de Recrutamento de Diversidade, Equidade e Inclusão no Google. Por fim, em dezembro de 2022, assumiu a atual cadeira.

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“O fato de eu ser a segunda mulher negra a se tornar Secretária de Estado na história do Rio Grande do Sul influenciou muito em minha decisão. Há uma relevância histórica por trás disso”, declara.

Em seu trabalho, Lisiane se debruça sobre estratégias de equidade e inclusão. “O Rio Grande do Sul possui um bônus demográfico negativo. Isso significa que há mais pessoas no topo da pirâmide etária do que na base. Então, preciso encontrar formas de trazer essas antigas gerações para a modernidade”, diz.

Para além do mapeamento dos locais que necessitam de acesso à tecnologia e informação, Lisiane promove, em parceria com a instituição Soul Code, um curso de programação para jovens infratores, com foco na requalificação de detentos.

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“Sou muito julgada publicamente por essa iniciativa específica. Mas eu acredito muito na ressocialização”, afirma. Lisiane relembra que, certo dia, ao falar sobre o que é ser um programador na Fase (Fundação de Atendimento Sócioeducativo, o equivalente à Fundação CASA no RS), notou um brilho no olhar dos presentes: “Há um incentivo genuíno quando eles descobrem que o salário inicial de um programador pode ser de até R$ 3.500. O crime não paga isso”, declara.

Questionada sobre os perigos de não tornarmos a tecnologia acessível e diversa, Lisiane declara: “Hoje, as pessoas que constroem a tecnologia não são as mesmas que a usam. Qual é a cara do presidente da empresa de tecnologia? Definitivamente não é a minha”, diz.

Para o futuro, a secretária espera contribuir para que os avanços tecnológicos não repliquem os mesmos impasses ideológicos que enfrentamos atualmente em todas as esferas. “É mais do que necessário lutar para que pessoas pretas, LGBTs, idosas, PCDs e todas as minorias possam sentir que a tecnologia também lhes pertence.”

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