Você é um “ímã de pernilongo”? Entenda por que e como lidar com a situação
Não é só impressão sua: algumas pessoas realmente são mais ~apetitosas~ para as picadas dos insetos.
Está todo mundo curtindo um belo churrasco em uma chácara, muita natureza para apreciar, boa conversa, boa música, bons drinks e… borrachudos, pernilongos, mutucas e diversas feras aladas resolvem participar da festa. E o ~melhor~: como sempre, escolhem você como vítima das picadas da tarde e da noite.
Não acontece exatamente de propósito, já que estamos falando de insetos irracionais, mas há motivos práticos que fazem com que determinadas pessoas sejam “selecionadas”. Com a ajuda de Joana D’Arc Gonçalves, infectologista da Aliança Instituto de Oncologia, vamos entender melhor essa história.
“As fêmeas dos insetos – são sempre as fêmeas que picam – precisam das proteínas e do ferro do sangue para maturar seus ovos”, explica. Só que elas não têm a capacidade de enxergar as pessoas e ir até seus alvos como se estivessem pilotando um avião; elas precisam sentir a existência de sangue no ambiente e chegar até ele instintivamente. “O que as atrai é o CO2 [dióxido de carbono ou gás carbônico]. Quanto mais CO2 houver na corrente sanguínea de uma pessoa, mais ela será picada”, continua a especialista.
Um estudo realizado pela London School of Hygiene and Tropical Medicine (Reino Unido) apontou o ácido lático expelido pelos poros como um fator secundário de atração para as picadas de insetos.
Nessa dinâmica toda, a natureza deu uma vantagem para o lado de lá: essas fêmeas têm sensores dos dois elementos e chegam rapidinho até suas vítimas. Enquanto isso, nós, humanos, não temos sensores de inseto; quando percebemos, já fomos picados.
Mas de onde vem tanto CO2 e ácido lático no sangue?
É importante destacar que todas as pessoas carregam dióxido de carbono e ácido lático no organismo, e as que atraem as fêmeas de insetos são as que têm maior concentração deles no sangue – o que provavelmente é seu caso, já que você é um “ímã de pernilongo”.
A infectologista esclarece que a responsabilidade é do metabolismo: “Quem tem o metabolismo naturalmente mais rápido ou está com ele acelerado depois de fazer ginástica ou algum esforço físico fica com uma concentração maior de CO2 no sangue.”
De acordo com James Logan, que conduziu o estudo britânico mencionado ali em cima, o ácido lático também é produto de atividades físicas e fica altíssimo no sangue quando a malhação é pesada. Por isso não é raro levar algumas picadas em plena academia.
Como deixar de atrair pernilongos e borrachudos?
A saída mais rápida e certeira é usar diariamente um bom repelente, claro. O ideal é passá-lo pela manhã e reaplicá-lo a cada três horas.
Mas, se você conseguir adotar uma medida para benefícios em médio e longo prazo, fique com a dica do pediatra especializado em infectologia Victor Horacio de Souza Costa Junior, professor adjunto da PUC-PR: “Tomar vitaminas do complexo B faz com que, em duas semanas, o próprio suor que as expele funcione como um repelente natural, independentemente da velocidade do metabolismo.”