Vinho pode ajudar no tratamento de ovários policísticos
Antioxidante presente nas uvas é poderoso no combate ao desequilíbrio hormonal causado pela síndrome
Já é sabido que o vinho é um aliado no combate às doenças cardiovasculares, por facilitar a vasodilatação e, assim, evitar o acúmulo de gordura nas artérias que irrigam o coração. Pois foi descoberto mais um benefício de uma taça de vinho por dia para a saúde da mulher: ele pode ser de grande valia no tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP).
Um estudo realizado por cinco especialistas das áreas de ginecologia e endocrinologia dos EUA e da Polônia, publicado no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, concluiu que o resveratrol, um antioxidante poderoso em que as uvas são naturalmente riquíssimas, é capaz de atuar no desequilíbrio hormonal causado pela SOP.
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“A SOP é um braço da Síndrome Metabólica em que há, entre outros fatores, o desequilíbrio na produção de radicais livres. Aí entra o resveratrol, já que os antioxidantes combatem os radicais livres”, explica Flávia Fairbanks, ginecologista do Hospital das Clínicas da USP e da Clínica FemCare.
A substância também ataca outras frentes da SOP, como afirma o ginecologista Arnaldo Cambiaghi, especialista em reprodução e diretor do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia: “Ele pode moderar os hormônios masculinos, que fazem as mulheres com a síndrome terem pelos indesejados no corpo, e os fatores de risco de diabetes”.
Outras fontes de resveratrol
Claro que, por vir da uva, o resveratrol pode ser consumido em sucos ou geleias, por exemplo. “Mas ressalta-se o vinho por causa de sua função em relação ao coração”, esclarece Arnaldo.
E, meio nada a ver com o cardápio, mas válido mesmo assim, a substância também está presente na pele do amendoim.
Um pouco mais sobre a SOP
De 5% a 10% das mulheres em idade fértil sofrem da Síndrome dos Ovários Policísticos – ou seja, em um grupo de 10 amigas, é bem provável que pelo menos uma tenha a SOP.
Suas principais consequências são o desequilíbrio hormonal e a infertilidade. Entre os sintomas mais comuns estão a menstruação irregular demais (a cada 2 ou 3 meses), acne, seborreia, excesso de pelos onde eles não deveriam estar (como no queixo ou no lugar da barba) e a detecção de muitos pequenos cistos no ovário em exames de rotina.
O profissional que o diagnostica é o ginecologista, mas o tratamento pode ser multidisciplinar e contar com um endocrinologista.
Os tratamentos convencionais dependem da intenção da mulher em curto prazo. Se ela quiser engravidar, Flávia destaca a restauração da função ovulatória por meio de citrato de clomifeno e, quando for o caso, o controle da diabetes com cloridrato de metformina. Se gravidez estiver longe dos planos, tanto ela quanto Arnaldo defendem a pílula anticoncepcional para a adequação hormonal.
Não é demais lembrar que todo diagnóstico e tratamento deve ser orientado por um médico, hein? Nada de querer se automedicar!
Mas tomar uma tacinha de vinho com a desculpa da precaução não é pecado nenhum! 🙂