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Tudo o que você precisa saber sobre a sua tireoide, essa glândula poderosa

Conversamos com especialistas que explicam sobre as funções, doenças e tratamentos para viver em paz com a tireoide.

Por Nathalia Giannetti
Atualizado em 15 jan 2020, 11h22 - Publicado em 16 ago 2019, 08h44
woman getting ultrasound of a thyroid from doctor (AlexRaths/ThinkStock)
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Os problemas da tireoide sempre levantam polêmicas: eles causam obesidade? Dá pra viver sem a glândula? É preciso operar se tiver nódulos? Calma! Nós vamos te contar tudinho sobre essa glândula importantíssima, o que pode acontecer com ela e o que fazer se ela apresentar qualquer sinal de doença.

Tireoide é a nossa gasolina!

Localizada na parte inferior do pescoço, a tireoide parece uma gravata borboleta e é uma glândula endócrina, ou seja, é responsável por produzir e lançar hormônios diretamente na corrente sanguínea – principalmente a tiroxina ou tetraiodotironina (T4) e a triiodotironina (T3).”Esses hormônios agem em praticamente todos os órgãos e estimulam várias funções, como se fosse a gasolina do corpo humano”, conta a Dra. Juliana Garcia, endocrinologista e membro titular Sociedade Brasileira em Endocrinologia e Metabologia.

Entre as funções estão o controle de batimentos cardíacos, pressão arterial, movimento involuntários dos órgãos para facilitar a digestão dos alimentos, temperatura corporal, crescimento de cabelos e unhas, hidratação da pele e desenvolvimento de ossos e músculos

Conforme constata o médico especialista em endocrinologia e metabolismo, Dr. Claudio Ambrosio, “é uma glândula vital para o ser humano”. Por isso, quem tem algum problema e precisa retirá-la deve fazer reposições hormonais a vida inteira.

Uma glândula, vários problemas

Tudo começa quando há um desajuste dos hormônios. A glândula simplesmente passa a produzi-los em quantidade insuficiente, deixando o corpo mais lento, ou em excesso, acelerando o organismo.

A função da glândula é regulada por um mecanismo de auto controle (feedback) que envolve o cérebro. Quando os níveis de hormônios da tireoide estão baixos, o hipotálamo no cérebro produz um hormônio que faz com que a glândula pituitária (localizado na base do cérebro) libere o hormônio estimulador da tireoide (TSH). Quando os níveis de hormônio tireoideano estão altos, inibe a produção do TRH e TSH”, explica Dra. Glaucia Mazeto, diretora da SBEM-SP- Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo.

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A ingestão de iodo também afeta o funcionamento da tireoide. Em excesso, ele irá tornar a ação glândula mais lenta, já sua falta ocasiona a hiperatividade das funções.

Conheça as disfunções e doenças mais comuns:

Hipotireoidismo: quando os hormônios T3 e T4 estão em níveis baixos, o organismo fica mais devagar. Muitas das funções do seu corpo irão apresentar falhas, o que pode causar cansaço, desaceleração dos batimentos cardíacos, ganho de peso porque o metabolismo está mais lento (mas é um ganho discreto, nada de obesidade), pele seca, queda de cabelo, unhas quebradiças, intestino preso e aumento no colesterol.

Hipertireoidismo: nesse caso, há um excesso dos hormônios, fazendo com que haja uma hiperatividade dos processos fisiológicos e organismo acelera mesmo. Isso resulta em taquicardia, perda de peso mesmo com alimentação adequada, aumento de apetite, tremores, evacuações mais frequentes, irritabilidade, calor excessivo e aumento da glândula.

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Doença de Graves: doença autoimune responsável pelo excesso de produção de hormônios da tireoide. Além do hipertireoidismo, o sintomas também incluem irritação nos olhos e nas pálpebras.

Tireoidite: doença inflamatória que, em um primeiro momento, apresenta sintomas de hipertireoidismo, para depois haver sinais de hipotireoidismo. A tireoidite subaguda é caracterizada por aumento e dor aguda na glândula. A tireoidite também pode ser silenciosa, em que não há dor na glândula, ou ser crônica (tireodite de Hashimoto), aparecendo como uma doença autoimune em que o corpo produz anticorpos que destroem o tecido tireoidiano. Se for fibrótica, acontecem lesões com potencial para destruir o tecido da glândula, seu sintoma mais comum é a sensação de sufocamento, junto com a falta de ar.

Bócio: o aumento da tireoide é causado pela falta de iodo no organismo e comumente associado a doenças como a tireoidite de Hashimoto e hipertireoidismo.

Nódulos na tireoide: esses são agrupamentos benignos ou malignos de células na glândula. Os sintomas incluem aumento da glândula, dor, rouquidão, problemas para respirar e engolir e reações ligadas ao hipertireoidismo. Nem sempre precisam ser retirados! O médico é quem analisa e decide se o ideal é apenas acompanhar ou tratar.

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Será que tem algo de errado?

Problemas na tireoide são mais recorrentes do que você imagina. Segundo a diretora ds SBEM, “O hipotireoidismo ocorre em até 10% da população em geral, sendo mais frequentemente detectado em mulheres e em idosos.  Já o hipertireoidismo é menos comum: cerca de 3% das mulheres e 0,5% dos homens desenvolvem a Doença de Graves, que é a causa mais frequente do quadro”.

Mas saiba que todos nós estamos suscetíveis! Por isso, é importante que você mantenha uma alimentação balanceada e as vistas ao médico em dia, mas não existe uma regra definitiva para prevenção.

A atenção deve ser redobrada se você tiver casos de qualquer um desses problemas na família, pois “acredita-se que a prevalência tenha causa genética e hormonal”, alerta a endocrinologista Juliana Garcia.

Caso você perceba qualquer sinal de inchaço interno do pescoço ou uma combinação de sintomas já citados anteriormente, você deve relatar ao médico. Quanto mais rápido o problema for resolvido, menos consequências você sofrerá.

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O diagnóstico é comumente feito por meio de exames de sangue.

Tratamentos

Tudo depende do problema, mas normalmente é preciso tomar medicamentos para reposição hormonal e, em casos mais extremos, cirurgia.

E se a recomendação médica for a retirada completa da glândula, não precisa se apavorar! “Para a pessoa viver normalmente sem a glândula, basta ela usar a medicação na dose necessária, que é combinada entre o médico o paciente de acordo com o estado clínico”, comenta o Dr. Claudio Ambrosio.  

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