Saiba o que é a síndrome do pavio curto e conheça os sintomas
Ataques de raiva com xingamentos, violência física ou quebra de objetos sinalizam um distúrbio que exige tratamento.

De acordo com especialistas, os familiares do portador dessa síndrome devem incentivá-lo a buscar tratamento.
Foto: Getty Images
Ataques frequentes e repentinos de fúria podem ser sintoma de um distúrbio psiquiátrico, o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI). Conhecido também como síndrome do pavio curto, essa doença atinge homens e mulheres.
Quem sofre com esse problema reage sem pensar nas consequências. É aquele sujeito que leva uma fechada no trânsito, vai atrás do outro motorista, xinga e nem pensa que esse tipo de briga pode acabar em tiro. “O que ocorre é uma falta do controle do impulso, não dá tempo de pensar”, diz Liliana Serger, coordenadora do ambulatório de TEI do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPqHC), de São Paulo. Alguns portadores desse distúrbio explodem com parentes, em casa, mas se controlam bem no trabalho. Outros, nem isso conseguem.
Esse mal atinge quem é rígido
Segundo Liliana, o portador de TEI não é mau-caráter. Acontece que ele é muito rígido com tudo e com todos e fica furioso, por exemplo, quando alguém pisa na bola na sua frente. “Se uma pessoa com TEI estiver esperando para atravessar a rua e, de repente, um carro avançar o sinal vermelho, ela pode xingar o motorista e partir para a briga ali mesmo. É capaz até de pegar um objeto para destruir o veículo, simplesmente porque o outro desobedeceu a lei”, exemplifica a médica.
Excesso de adrenalina é nocivo
Esse tipo de comportamento acaba provocando uma série de problemas. Quem tem pavio curto sofre bastante com as consequências de seus atos. Muitas vezes as explosões trazem até prejuízos financeiros. “A pessoa pode quebrar uma TV, uma geladeira ou até um computador sem pensar”, diz Liliana. Estudos mostram que pessoas com TEI são, inclusive, mais propensas a doenças cardíacas, já que estão sempre com a adrenalina em alta. Sem contar que a família fica esgotada com os atritos e os relacionamentos podem azedar. No trabalho, nenhum chefe tolera esse tipo de descontrole. Por todas essas razões, vale a pena buscar ajuda médica e se tratar logo.
Para detectar o transtorno
A raiva é um sintoma comum a vários transtornos. Portanto, só um médico pode fazer o diagnóstico do Transtorno Explosivo Intermitente. Mas você deve ficar atenta se esses sinais, típicos do distúrbio, fizerem parte de sua rotina:
· As explosões fortes de raiva acontecem, no mínimo, duas ou três vezes por semana.
· As reações são sempre desproporcionais, ou seja, um motivo pequeno provoca um piti exagerado.
· A cena ocorre sem premeditação, isto é, a pessoa não planeja fazer aquilo. Simplesmente explode.
· Durante os ataques, há destruição de objetos e propriedades, sem preocupação com o valor.
· Passado o acontecimento, a pessoa sente culpa, vergonha ou até mesmo arrependimento.