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Saiba identificar a Adenomiose, variação pouco conhecida da Endometriose

Diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose explica como é feito o diagnóstico e o tratamento da doença

Por Sarah Catherine Seles
6 Maio 2022, 08h38
Adenomiose
Adenomiose é uma doença tão frequente quanto a Endometriose, apesar de ser pouco conhecida.  (Sora Shimazaki/Pexels)
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A Adenomiose é uma variação menos conhecida da Endometriose, mas tão silenciosa quanto. A doença causa o espessamento das paredes uterinas, o que provoca dores, sangramentos e cólicas fortes, principalmente durante o período menstrual. O endométrio, tecido interno do útero, infiltra a musculatura do órgão, chamada de miométrio. Mas para compreender melhor essa variação, é preciso entender como a endometriose ocorre.

O médico Marcos Tcherniakovsky explica: “A endometriose é a saída do tecido endometrial, que reveste o útero por dentro, para fora do órgão. Ele sai pelas tubas uterinas e vai para a cavidade pélvica, o que causa uma reação inflamatória”. Então, quando a camada interna invade a parte muscular dentro do útero, isso pode infiltrar uma região ou o órgão como um todo, caracterizando a Adenomiose.

A doença é, muitas vezes, assintomática e benigna, mas sem tratamento ela pode impactar negativamente a qualidade de vida da mulher. As mulheres mais suscetíveis a desenvolver a doença estão na faixa etária dos 40 a 50 anos e aquelas que já realizaram cirurgia uterina e possuem os níveis de estrogênio altos. Os exames realizados para o diagnóstico são o de toque, ultrassom transvaginal e a ressonância magnética com preparo intestinal.

Causas

O diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose afirma que ainda não foram encontradas as causas exatas para o desenvolvimento da doença. A imunidade e questões genéticas, no entanto, podem estar envolvidas nas causas. O que se sabe é: “Situações com o aumento do fluxo menstrual podem levar ao problema. Mulheres com um fluxo maior, que não engravidaram e, portanto, têm mais ciclos menstruais”, aponta. O estresse e a ansiedade causam baixa imunidade e por isso são fatores que podem levar ao surgimento.

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Sintomas

Um dos sintomas mais comuns são as cólicas menstruais, principalmente aquelas em que as dores se tornam incapacitantes. “A mulher que não tinha cólica menstrual e passa a ter ou que a cólica se torna mais intensa, é o principal sintoma para prestar atenção“, aponta o ginecologista. A dismenorreia, a dor pélvica pré-menstrual, que se prolonga também é um sinal de alerta para a Adenomiose.

O inchaço abdominal, irritação intestinal, dor e sangramento ao evacuar, sintomas urinários, infertilidade e dores crônicas também são sintomas para prestar atenção”, aponta ainda.

Tratamento

O tratamento é específico para cada caso, já que cada mulher desenvolve a doença de maneira única. “Em dez pacientes com Adenomiose, cada uma você vai enxergar de maneira diferente, por isso o tratamento é individualizado”, afirma Marcos. O tratamento clínico é baseado em anti-inflamatórios, analgésicos e anticoncepcionais para controlar os sintomas.

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O acompanhamento de outras especialidades também é essencial, como o de um nutricionista para melhorar a alimentação. “Alguns alimentos podem ser mais inflamatórios do que outros, então passar em uma nutricionista especializada pode gerar resultados positivos no tratamento”. Além disso, atividade física é, segundo o médico, “o melhor anti-inflamatório natural”. Isso porque durante o exercício o corpo libera endorfinas positivas para o corpo. Em alguns casos, apenas o tratamento clínico não gera resultados e cirurgias menos invasivas precisam ser realizadas para tratar a adenomiose.

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