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Quando não é gravidez: saiba o que pode causar atraso menstrual

Condições físicas e mentais, uso de medicamentos e até práticas esportivas podem interferir no ciclo menstrual.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 15 jan 2020, 18h34 - Publicado em 8 Maio 2019, 08h00

Mesmo se o ciclo não for um reloginho, a maioria das mulheres sabe quando esperar pela menstruação; as irregularidades se tornam familiares, com algum padrão que a dona do corpo assimila. Por isso, quando ocorre um atraso maior que o normal – algo que pode variar de alguns dias a até mais de um mês –, é comum rolar uma preocupação. Principalmente se houver a certeza de que não existe uma gravidez envolvida.

A isso se dá o nome de amenorreia secundária: quando a mulher de ciclos regulares fica até três meses sem menstruar e a que está acostumada com irregularidade vê esse intervalo aumentar para até seis meses. Se passar disso, provavelmente se trata de algo que precise de investigação médica mais profunda, o que deve ser feito inicialmente pelo ginecologista.

Conversamos com Adriana Campaner (ginecologista especialista em Saúde da Mulher do Alta Excelência Diagnóstica), Myrna Campagnoli (endocrinologista do Salomão Zoppi Diagnósticos) e Jurandir Passos (ginecologista e obstetra especialista em Medicina Fetal do Delboni Auriemo), que explicaram os principais motivos que levam à amenorreia secundária.

Ah, antes de partirmos para a lista, vale esclarecer que amenorreia primária é o problema que acomete mulheres que nunca menstruaram e não conseguem menstruar. Mas isso é outro assunto.

CAUSAS DO ATRASO MENSTRUAL

Disfunções na tireoide

O hipertireoidismo e o hipotireoidismo causam alterações na menstruação.

O primeiro caso é mais raro e se deve à produção excessiva dos hormônios tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3).

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Já no segundo, mais comum, a mudança ocorre porque há uma no T4 e no T3 e é acionada a produção do hormônio TSH, regulador dos níveis deles dois. O caso é que quase 90% da molécula do TSH é igual à molécula do FSH, hormônio que controla o ciclo menstrual. A alta produção repentina do TSH atrapalha a dinâmica da menstruação por ser confundido pelo organismo com o FSH – é como se ele substituísse o FSH, porém sem cumprir sua função em relação à menstruação.

Ovários policísticos e síndrome dos ovários policísticos

São duas condições que têm em comum, além dos nomes muito parecidos, alguns pontos: a presença de cistos nos ovários e as falhas na menstruação. Entenda aqui as características e as diferenças entre elas:

Menopausa precoce

Algumas mulheres entram no processo da menopausa antes dos 40 anos. Isso significa que seus ovários produzirão muito menos estrogênio, porque não há mais óvulos neles. O sinal de que isso está acontecendo é a alta presença de FSH – aquele hormônio de que falamos anteriormente, que controla o ciclo menstrual. O cérebro vai mandando FSH para os ovários e eles não respondem, o que causa o acúmulo do hormônio no organismo, detectado por meio de exame de sangue.

Produção de prolactina

A prolactina é o hormônio que auxilia na produção de leite durante a amamentação, e ele causa a interrupção da menstruação – por isso é comum as recém-mães não menstruarem nos seis meses depois do parto.

Porém, se a mulher não estiver amamentando, a produção desse hormônio pode estar relacionada à hiperprolactinemia (relacionada a um tumor benigno na hipófise, que pode ser eliminado com a administração de medicamentos).

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Uso incorreto da pílula anticoncepcional

Muitas vezes, ao tomar a pílula anticoncepcional de forma diferente da receitada – o mais comum é emendar uma cartela na outra para evitar a menstruação de vez em quando, por qualquer motivo que seja –, a mulher causa uma diminuição progressiva do material que reveste o útero mensalmente (e que resulta na menstruação). A cada mês, aquele material que deveria crescer vai atrofiando, e pode chegar um ponto em que não tenha mais nada para ser liberado. Resultado: não há menstruação.

Uso de antidepressivos e anticonvulsivantes

Alguns desses medicamentos aumentam a produção de prolactina, cuja dinâmica foi explicada aqui em cima. Um ajuste nas dosagens ou uma troca nos remédios costuma ser suficiente para regularizar a situação.

Fadiga mental ou física e doenças autoimunes

Nos três casos, há uma elevação na produção do cortisol, hormônio que responde às situações de estresse e que interrompe ou bloqueia a produção do hormônio FSH (aquele que regula o ciclo menstrual).

Tratamentos quimioterápicos

A quimioterapia pode causar uma perda de função ovariana (ou seja, uma diminuição no número de óvulos) que leva à menopausa precoce. Isso vale inclusive para mulheres que tenham passado por esse tratamento na infância.

Excesso de exercícios físicos

As atividades físicas estimulam a produção de endorfina, o que é uma delícia – a endorfina é considerada o hormônio do bem-estar. Porém, em excesso, ela pode afetar o FSH e causar interrupções na menstruação.

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Anemia

Nosso organismo é muito inteligente. Em casos de anemia, há uma queda brusca na presença de ferro no sangue; o corpo percebe isso e passa a mensagem ao cérebro. Ele, por sua vez, atua no sentido de interromper o ciclo menstrual, para evitar que haja mais perda de sangue e, consequentemente, de ferro. Tratando a anemia, a menstruação tende a voltar ao normal.

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