Parto domiciliar: conheça os benefícios e riscos de ter o bebê em casa
Esse tipo de parto tem se popularizado bastante entre as novas mamães, mas nem todo mundo está convencido que é a melhor opção.
Escolher qual será o tipo de parto, onde ele será feito e quem estará presente é uma escolha bastante pessoal e cabe, principalmente, à mãe, pois, afinal, é ela quem terá o bebê. Mas ultimamente, uma das modalidades tem gerado bastante controvérsia.
O parto domiciliar já foi muito comum. Na época em que hospitais eram inexistentes ou acessíveis apenas para um pequeno número de pessoas, o parto em casa era a única opção possível para a maioria das mulheres. Nesses casos, tudo era feito sem pré-natal ou qualquer acompanhamento médico.
Mas depois da Segunda Guerra Mundial, ele deixou de ser a regra. “Houve uma mudança de padrões e ideias com o processo de medicalização. Por ser considerado um evento de risco e com o objetivo de reduzir as elevadas taxas de mortalidade materna e infantil, preconizou-se que os partos passassem para o hospital”, conta a ginecologista e obstetra Karina Tafner.
É, então, comum achar que voltar a ter filhos em casa parece um retrocesso em frente aos avanços médicos e potencialmente perigoso. No entanto, diferente do que você possa pensar, a atual ideia de parto domiciliar passa longe do que era rotina nas primeiras décadas do século 20.
Vantagens do parto domiciliar
Antes de mais nada, vamos conversar sobre os benefícios que o parto domiciliar traz para a mãe e para o bebê. Em casa, a mulher está em um ambiente emocionalmente e fisicamente confortável, onde ela também irá se sentir segura, cercada por amigos e familiares.
Outra grande vantagem, e um dos principais motivos para optar pelo parto domiciliar, é o fato das mães poderem “permanecer mais tempo com o recém-nascido no colo após o nascimento e também e acompanhar de perto seus primeiros momentos fora do útero”, explica a Dra. Carla Iaconelli, ginecologista especialista em reprodução humana.
Riscos e contraindicações
“Alguns estudos atuais mostraram que gestantes podem ter filhos em casa sem aumento da morbidade e mortalidade”, conta a enfermeira obstetra e sócia da Casa Moara, Márcia Koiffman. No entanto, isso é válido apenas para aquelas que não sofrem dos fatores de risco: hipertensão, gestação gemelar ou em que o bebê está sentado.
Mesmo quando a gravidez corre perfeitamente bem, complicações no parto não devem ser descartadas. Segundo a Dra. Carla Iaconelli, as mais comuns são: “retenção placentária, que pode levar à hemorragia; ruptura uterina, seguinte ao parto; ruptura de colo; e atonia uterina, quando o útero não se contrai de maneira regular, chegando a causar hemorragia”. Ela ainda cita o risco de falta de oxigenação para o bebê, que pode sofrer com paralisia cerebral e outros problemas com grande impacto em seu desenvolvimento.
Fazer o parto em casa não significa que alguma dessas situações irá acontecer, mas os riscos para a mãe e bebê são ainda maiores em partos domiciliares do que os de hospital, uma vez que não há uma equipe médica e equipamentos prontos para controlar a situação.
Cuidados
Se ao avaliar os benefícios e riscos do parto domiciliar, você decidiu que parir em casa é a opção certa para você, é preciso tomar algumas precauções:
- Faça seu pré-natal com acompanhamento de possíveis situações de risco
- Garanta a presença de profissionais da saúde regulamentados pelo Coren (Conselho Regional de Enfermagem), como enfermeira obstetra ou obstetriz, no parto
- Conte com uma equipe de pediatras e médicos obstetras disponível caso seja necessário ir para o hospital
- Tenha um hospital próximo ao domicílio, com distância de até no máximo 30 minutos