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Oriente seu filho sobre os riscos do HIV

A garotada não tem dado bola para a AIDS e muitas vezes abre mão do preservativo. Resultado: o número de jovens infectados está aumentando. Ensine os seus filhos a importância da proteção

Por Lorena Tabosa (colaboradora)
Atualizado em 22 jan 2020, 00h26 - Publicado em 7 abr 2015, 11h00
Thinkstock/Getty Images (/)
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Quem viveu os anos 80, quando surgiu a epidemia de AIDS, se lembra bem de como a doença era temida, já que as chances de sobreviver a ela eram mínimas. A pessoa definhava até que uma doença oportunista, uma pneumonia, por exemplo, levava o doente à morte. Hoje a situação é outra: o tratamento é eficaz e os soropositivos vivem com qualidade. Talvez por isso os jovens, que não viveram aqueles tempos, parecem dar de ombros para a gravidade da aids, deixando de usar camisinha muitas vezes. O assunto andava até fora da mídia, mas voltou aos holofotes quando o Fantástico levou ao ar uma reportagem sobre soropositivos que fazem parte de um grupo conhecido como “Clube do Carimbo” e espalham o HIV sem contar para o parceiro que têm o vírus. Trata-se de um grupo muito pequeno, longe de representar o comportamento padrão de quem convive com o HIV, mas a repercussão sobre essa história pode ser uma oportunidade para trazer o tema aids para as conversas em sua casa. Confira algumas informações que vão ajudá-la a conscientizar seus filhos durante esse papo.

Como se proteger?

Não tem outra saída. É preciso usar camisinha sempre. E não só no primeiro encontro! Além de evitar a AIDS e uma gravidez indesejada, ela é o método mais eficaz para prevenir outras doenças sexualmente transmissíveis, como alguns tipos de hepatite e sífilis. O preservativo é distribuído gratuitamente em toda a rede pública de saúde.

É melhor saber cedo

Após uma relação sem proteção, o melhor é realizar logo um exame de HIV, já que o diagnóstico precoce melhora a qualidade de vida do soropositivo. Dá para fazer o teste, que fica pronto em 20 minutos, pelo SUS. De acordo com a infectologista Alina Habert, de São Paulo, hoje a maioria dos diagnosticados é jovem, o que mostra que os mais novos estão minimamente cientes dos riscos. O fato de iniciarem logo o tratamento é bom. “No passado, os pacientes descobriam dez anos depois da contaminação, quando já estavam muito doentes.”

Dados alarmantes

Segundo a ONU, um terço das novas infecções por HIV na América Latina ocorre entre jovens de 15 e 24 anos. Ou seja, dos 94 mil infectados em 2013, cerca de 30 mil eram jovens. Isso se deve, principalmente, ao sexo desprotegido. “Parece que o fato de hoje haver tratamento, uma vitória para os soropositivos, banalizou muito a questão”, diz o jornalista Paulo Giacomini, da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e aids.

Como vive hoje um jovem com HIV

Aos 24 anos, o ativista Guto Gonzaga faz tratamento contra o HIV desde os 19. Ele descobriu que é soropositivo quando ingressou na carreira militar e atualmente ajuda outros jovens na Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids (RNAJHVA). “Nunca havia me interessado pelo tema nem tinha ouvido falar sobre os cuidados com a transmissão. Apenas sabia da importância da camisinha. Nas escolas onde estudei, nunca ouvi falar sobre HIV ou aids”, conta. Assim como Guto, quem descobre que tem HIV vê a rotina mudar completamente. A medicação deve ser tomada no mesmo horário todos os dias e pode causar indisposição, alergias, dores, diarreia e até alucinações. “O coquetel não resolve 100%. Há sequelas do HIV, como diminuição da absorção intestinal, que pode levar à perda de peso. Além disso, se o paciente fuma e ingere bebida alcoólica, o tratamento pode ficar prejudicado. Isso abre portas para doenças oportunistas, como a tuberculose“, alerta a médica infectologista Alina Habert. “Enfrentei três doenças oportunistas no início do tratamento. Elas me custaram alguns dias de internação no hospital”, conta Guto.

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As pessoas perguntavam para meus amigos se eles não tinham medo de me abraçar, porque o meu caso era de morte. Fui taxado e discriminado como ‘o soldado da aids’. Me emociono quando lembro do que passei.

Hoje, o tratamento é eficiente, mas os remédios contra o HIV podem causar efeitos colaterais graves, como alergias e até alucinações.

Quem oferece apoio

RNP

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Organização que busca mobilizar e integrar todos os que vivem com HIV e aids.

RNAJHVA

Rede que atua em todo o Brasil e que agrupa, acolhe e apoia jovens, entre 12 e 29 anos, soropositivos. Tem o apoio da Unicef.

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