Manter o couro cabeludo hidratado é importante para a saúde; saiba por que
Principalmente no inverno, a pele que fica sob os cabelos pode apresentar doenças se estiver ressecada
Todo mundo quer ter cabelos bonitos e bem tratados, mas nem sempre a preocupação se estende à região em que os fios nascem: o couro cabeludo. Pois deveria. A pele que fica sob os cabelos é sensível e pode ser acometida por doenças dermatológicas se não receber os cuidados necessários.
Banho muito quente: vilão contra a saúde do couro cabeludo
Assim como o rosto e o restante do corpo, o couro cabeludo possui um manto hidrolipídico que atua como uma proteção natural da pele. Composto por óleo, água e gás, ele mantém o equilíbrio e a saúde da região.
Banhos muito quentes – acima de 37°C – colocam isso em risco.
Externamente, o problema é que, aliada ao uso de xampus (detergentes), a água em temperatura muito alta aos poucos dissolve o manto hidrolipídico, diminui a barreira que a natureza nos deu e resseca a pele, favorecendo a contaminação e as agressões por fungos e bactérias.
De dentro para fora, ocorrem o efeito rebote (ao perceber que está perdendo a oleosidade natural muito rapidamente, o organismo produz ainda mais óleo, deixando o couro cabeludo ensebado) e processos inflamatórios locais (acima de 37°, o corpo entende que existe uma inflamação e/ou infecção).
Doenças que podem acometer a pele do couro cabeludo
No couro cabeludo, a combinação dos fatores externos e internos pode levar principalmente a duas doenças: dermatite seborreica (caspa) e psoríase.
Mais chamada de caspa no dia a dia, a dermatite seborreica você conhece: ela causa aquele efeito de ~flocos de neve~ super desagradável, que deixa a raiz dos cabelos salpicada de pontinhos brancos, além de uma coceira que pode ser insuportável. A doença resulta do processo inflamatório e do excesso de oleosidade do couro cabeludo (lembra do efeito rebote?) e não é contagiosa.
Já a psoríase também vem do processo inflamatório, mas é um pouco mais grave: causa vermelhidão, irritações e descamação intensa do couro cabeludo, mais grossa que a caspa. Em casos mais avançados e não tratados, o couro cabeludo chega a ficar com feridas.
Como evitar e tratar as doenças na pele do couro cabeludo?
O primeiro passo é simples: diminuir a temperatura da água do banho para 37°C ou menos. Isso impedirá o ressecamento da pele, os processos inflamatórios e o efeito rebote.
Também é preciso ficar atenta aos produtos que você usa para cuidar dos cabelos. Xampus, condicionadores e cremes de tratamento devem sempre ser adequados ao seu tipo de cabelo. Se você tiver dúvida sobre qual é o seu, não marque bobeira: marque um horário em uma dermatologista para matar essa charada.
Produtos low poo e no poo, que possuem menos sulfatos na composição, também são uma boa pedida. Você pode usá-los uma vez por semana para agredir menos o couro cabeludo. E, em casos de dermatite seborreica, os xampus anticaspa são indispensáveis.
Para recuperar a pele que já esteja danificada, os melhores amigos do couro cabeludo são os óleos essenciais de alecrim e de lavanda. Eles são estimulantes, revigorantes e tratam a dermatite e as descamações sem engordurar o couro cabeludo.
Princípios ativos que beneficiam a saúde do couro cabeludo
Outro ponto importante para manter ou recuperar a saúde da pele do couro cabeludo é escolher os produtos com os princípios ativos mais poderosos para a região. Procure nos rótulos os componentes indicados pelas especialistas:
– Jaborandi – atua especialmente nos bulbos capilares;
– D pantenol – acelera a nutrição, a hidratação e a regeneração da pele do couro cabeludo;
– Vitamina B6 – controla a oleosidade do couro cabeludo;
– Zinco – combate a ação de bactérias;
– Biotina (vitamina B7, B8 ou H) – regula as lesões da pele e colabora com o metabolismo para a reposição celular;
– Ácido salicílico – anti-inflamatório que ajuda a acabar com as descamações;
– Vitamina B5 – melhora a resistência da raiz dos fios; e
– Alantoina – regenera, hidrata e acalma a pele do couro cabeludo.
Fontes: Adriana Cairo (médica dermatologista preceptora da residência em dermatologia do Complexo Hospitalar Heliópolis e dona da clínica que leva seu nome na cidade de São Paulo), Ana Carina Bertin Junqueira (médica dermatologista especializada em tricologia – a área da medicina que trata de pelos e cabelos – pela Universidade de Minnesota, EUA) e Seomara Catalano (médica dermatologista e coordenadora da pós-graduação em dermatologia das Faculdades BWS)