Exames ginecológicos: conheça os principais para a saúde íntima
Os preventivos servem para evitar doenças e diagnosticar precocemente problemas de saúde
A visita anual ao ginecologista é tarefa obrigatória para a manutenção da saúde íntima feminina. Graças às consultas de rotina, é possível mapear as condições das mulheres, além de prevenir doenças e tratá-las precocemente. É através da solicitação de exames e da avaliação clínica que o médico consegue monitorar os problemas. Mas, afinal, você já se perguntou quais são os exames ginecológicos essenciais neste calendário de cuidados?
Importante frisar que a média de idade da primeira consulta ginecológica, entre as pessoas que já foram ao ginecologista, é de 20 anos, segundo a pesquisa Expectativa da Mulher Brasileira Brasileira sobre sua vida sexual e reprodutiva, realizada pelo Datafolha e encomendada pela Febrasgo, em 2018.
Entre as motivações para procurar o especialista, as principais são o surgimento de algum problema ginecológico e a gravidez ou suspeita dela. No entanto, esta primeira visita deveria acontecer antes desse período, lá na primeira menstruação, conforme os órgãos de saúde e médicos, e ser repetida anualmente.
“Os exames preventivos servem para a prevenção e o tratamento precoce de doenças. Normalmente, são solicitados para as mulheres aqueles que detectam os problemas que mais acometem esse grupo, como HPV, cânceres, diabetes, hipertensão e doenças de tireoide”, explica a ginecologista Karen Rocha De Pauw.
A importância do papanicolau
O papanicolau, também conhecido como preventivo ou colpocitologia oncótica cervical, é um dos exames ginecológicos que as mulheres devem fazer após a primeira relação sexual.
Ele detecta o câncer de colo do útero, que dá poucos sinais no início e, em estágios graves, apresenta sangramento vaginal, corrimento e dor, que aparecem nas fases mais avançadas. O tratamento tem uma resposta positiva quando a doença é descoberta na fase inicial.
A partir de um espéculo, há a coleta do material, que posteriormente é levada ao laboratório para a realização do teste. O Inca recomenda não ter relações sexuais, nem mesmo com preservativo, nas 48 horas anteriores ao exame.
Duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais também devem ser evitados nos dois dias antes da data. Também é necessário que a pessoa não esteja menstruada, pois o sangue é capaz de alterar o resultado.
O papanicolau ainda é capaz de descobrir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Nos casos em que o resultado vem alterado, o médico pode solicitar a realização de uma colposcopia, um exame que permite uma avaliação mais detalhada do colo do útero e aponta o local da lesão, se houver.
E o ultrassom?
Outros exames necessários para verificar a saúde das mulheres são os ultrassons pélvicos transvaginais, do abdômen, das mamas e da tireoide. A importância do primeiro está relacionada à avaliação dos órgãos reprodutivos.
O segundo, por outro lado, demonstra a boa ou má função de órgãos internos, diagnosticando gordura no fígado ou uma pedra na vesícula ou nos rins, por exemplo.
As mamas são analisadas por meio da ultrassonografia mamária, responsável por observar a formação de cistos e nódulos no local. Depois dos 40 anos, é importante associá-la à mamografia.
Exames de sangue e urina
Hemograma, colesterol total e frações e glicemia são testes laboratoriais de sangue para averiguar a saúde da mulher. Através deles, é possível identificar anemia e diabetes, por exemplo.
Quando a paciente apresenta distúrbios em relação à menstruação, acompanhar o ciclo ovulatório pode ser necessário.
FSH, LH, estradiol, prolactina, progesterona e cortisol, além de hormônios androgênios, como a testosterona, são avaliados.
No caso de quem deseja engravidar ou trocou de parceiro, é possível solicitar exames específicos para descobrir a presença ou não de ISTs, como sífilis, HIV e hepatite B e C.
“As infecções sexualmente transmissíveis normalmente são descobertas através de exames de sangue, PCR da via SP e papanicolau”, afirma Karen. A urina também pode ser objeto de estudo, apontando infecção urinária, por exemplo.
Como se proteger de ISTs?
“Para se proteger contra as ISTs, é importante não ter um comportamento de risco, o que é possível através do uso de preservativos. Independentemente de quanto tempo de casamento, a proteção é necessária, porque existem casos de mulheres casadas, com parceiros fixos, que apresentam uma IST”, termina a especialista.