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Essa tal de endometriose

Mais de 8 milhões de mulheres têm diagnóstico de endometriose no Brasil – e pouco se fala dos tratamentos e das tecnologias para a superação da doença

Por Abril Branded Content
Atualizado em 6 jun 2022, 17h55 - Publicado em 6 Maio 2022, 18h56
Dasa
 (Dasa/Divulgação)
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De acordo com o Ministério da Saúde, 8 milhões de mulheres sofrem com a endometriose no Brasil. Crônica e inflamatória, a doença surge quando as células do endométrio, o tecido que reveste o útero, são expelidas durante a menstruação no sentido oposto ao natural – ou seja, indo para os ovários ou para a cavidade abdominal. Ali, elas voltam a se multiplicar e provocar sangramentos. “Assim como a diabetes e a hipertensão, a endometriose não tem cura e pode se manifestar em qualquer órgão do corpo humano”, diz o dr. Thiago Borges, cirurgião e coordenador do Serviço Especializado em Endometriose do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), no Rio de Janeiro. Apesar de o número de mulheres com a doença ser cada vez mais alto, a endometriose sempre existiu. Porém, hoje o diagnóstico é mais preciso graças aos avanços da tecnologia. “Temos a possibilidade de diagnosticar e tratar precocemente essas pacientes, inclusive meninas de 16 anos que, ao entrar na vida reprodutiva, já descobrem ter a enfermidade”, diz o dr. Thiago.

O Brasil, inclusive, é líder mundial no assunto e conta com profissionais qualificados e tratamentos excelentes. A doença, em muitos casos, representa uma grande mudança e pode ser uma limitadora na vida da mulher. “É importante ressaltar que, apesar de as cólicas menstruais serem uma resposta fisiológica do organismo, a dor na mulher com endometriose pode ser muito intensa, a ponto de causar indisposição, faltas no trabalho, prejuízo na vida afetiva e até mesmo internações hospitalares. Nesses casos é indicado procurar ajuda médica especializada para que sejam solicitados os exames corretos para diagnóstico de uma possível endometriose. O diagnóstico, quando feito de maneira precoce, ainda na adolescência, pode diminuir esses contratempos relacionados à dor e até mesmo contribuir no processo para essa mulher engravidar no futuro”, explica a dra. Danielle Imperador, ginecologista do Hospital Nove de Julho em São Paulo. De pequenas manchas a grandes cistos, as apresentações da endometriose são variadas – e, muitas vezes, são mascaradas pela pílula anticoncepcional. Entre as origens da doença, não há um consenso. “É algo multifatorial. A gente sabe que existe uma questão genética importante, mas também fatores de risco, como prematuridade, menstruação precoce e até mesmo a alimentação.

Dasa
Thiago Borges, cirurgião e coordenador do Serviço Especializado em Endometriose do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), no Rio de Janeiro (Divulgação/Divulgação)

Pacientes que consomem carne vermelha em excesso têm até três vezes mais chance de ter a doença no futuro”, alerta o dr. Thiago Borges. Por meio de métodos modernos de diagnóstico, ultrassom e ressonâncias de alta resolução, além de profissionais especializados na área, o reconhecimento da doença pode ser feito em pacientes cada vez mais jovens. “Antigamente, era necessário realizar uma cirurgia (videolaparoscopia) para o diagnóstico da endometriose. Hoje, exames avançados e especializados de imagem, com preparo intestinal, detectam até mesmo pequenas lesões”, diz Manoel Orlando, coordenador do Setor de Diagnóstico por Imagem da Pelve Feminina do Laboratório Alta Excelência Diagnóstica de São Paulo.

Diagnóstico precoce

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Mais de 70% das mulheres que têm endometriose sentem dor pélvica durante a menstruação. A distensão abdominal também é um sintoma comum da doença. Depois, relatos como dor durante a relação sexual, a dispareunia, dor ao urinar, desconforto na lombar e até mesmo dor no ombro direito são registrados na literatura.

Paralelamente a isso, sabe-se que de 30% a 40% das pacientes têm um quadro de infertilidade conjugal ligado à endometriose, independentemente do grau do problema. “Apesar desses sintomas em comum, todo caso precisa ser individualizado. A infertilidade, por exemplo, pode ser causada por outros fatores. Ou seja, nem toda paciente com endometriose vai ter infertilidade, mas uma grande parcela delas pode ter, sim”, reforça o dr. Thiago.

Daí, a importância do diagnóstico precoce e, para isso, é preciso realizar consultas rotineiras ao ginecologista, assim como atenção e valorização dos sintomas. “O médico consegue um diagnóstico sem nenhum exame em até 70% dos casos, com uma boa anamnese e um exame físico bem-feito”, afirma Thiago. Ao seguir o tratamento, as chances de um bom prognóstico e desfecho – seja a gravidez ou qualidade de vida – são excelentes. “Se existe uma queixa e o médico não valorizou, o indicado é procurar um especialista. É de uma dúvida importante que vêm os exames e, talvez, o diagnóstico”, reforça o dr. Manoel.

E uma suspeita comum: nem sempre a endometriose requer uma cirurgia como tratamento. “Na verdade, apenas de 15% a 20% das pacientes precisam de cirurgia. Para as demais existe tratamento clínico e, no geral, a resposta é muito boa”, diz o dr. Thiago. “Deve-se ter em mente que o tratamento clínico, habitualmente, só alivia ou elimina os sintomas, não os focos de endometriose.

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A decisão terapêutica, seja clínica ou cirúrgica, depende do estadiamento por imagem da endometriose e das consequências dela para a paciente. Por isso, é necessária uma análise individual de cada caso”, completa dr. Manoel.

Tecnologia robótica

Entre os avanços da medicina que permitem maior precisão no tratamento está a tecnologia robótica. “Ela nos deu um certo conforto para o tratamento, maior ergonomia durante a cirurgia e melhora na resolução das lesões para as pacientes. Ao fazer movimentos que a mão humana não consegue realizar, ela oferece mais qualidade nos procedimentos de alta complexidade”, explica dr. Thiago. “A robótica traz benefícios para os cirurgiões e para os pacientes, mas a peça humana que utiliza essa tecnologia ainda é fundamental. Ter um profissional especializado em endometriose por trás do ultrassom, da ressonância e da sala cirúrgica é determinante para bons diagnósticos e tratamento”, finaliza dr. Manoel.

 

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