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Endometriose: afinal, é possível evitar a doença ou controlar sua progressão?

Questões como meio ambiente, alimentação e exercícios podem ser coadjuvantes na luta contra a evolução da doença.

Por Priscila Doneda
Atualizado em 12 abr 2024, 10h35 - Publicado em 12 Maio 2016, 07h07
Juliana Mavalli (/)
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Conhecida como a doença da mulher moderna, a endometriose atinge cerca de 6 milhões de brasileirassegundo os dados oficiais, e um de seus principais desafios é o diagnóstico – ou melhor, a falta dele. 

A doença é normalmente identificada em mulheres de 25 a 35 anos e os principais sintomas são as fortes cólicas, dor no fundo da vagina durante a relação sexual e, em casos mais graves, a infertilidade. “Do primeiro sintoma até o início do tratamento, leva-se, em média, de sete a dez anos. Isso faz com que a doença progrida, podendo causar danos para a mulher”, explica a Dra. Bárbara Murayama, ginecologista e coordenadora da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, de São Paulo. 

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Mas o que é a endometriose?

A doença consiste na localização de células do endométrio (mucosa que reveste a parte interna do útero) fora da cavidade uterina. De acordo com especialistas, ela pode acontecer pela chamada “menstruação retrógada”, que é quando o sangue menstrual volta nas tubas e acaba se fixando em outros órgãos, como ovários, intestino e bexiga, por exemplo. Por isso, quanto mais vezes a mulher menstrua ao longo da vida, maior a chance de ter endometriose.

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Existe alguma forma de me prevenir da doença?

De acordo com o Dr. Nicolau D’Amico, do Hospital Samaritano, de São Paulo, a prevenção primária da doença ainda não é possível, uma vez que a endometriose na adolescência não consegue ser detectada. “Hoje em dia propomos tratamentos medicamentosos, baseados em sintomas que se iniciam na adolescência, fazendo um acompanhamento próximo com exames específicos e, desta forma, realizando a prevenção secundária da doença”, ressalta o médico. “Dentre estas prevenções extramedicamentosas, poderíamos entender que, não só para a endometriose, mas para qualquer doença crônica, a alimentação saudável, a diminuição do estresse, o repouso adequado e a atividade física seriam alguns dos itens coadjuvantes da melhora na evolução da doença”, completa o especialista.

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O que posso fazer para evitar a progressão?

Segundo a Dra. Bárbara Murayama, é importante lembrar que qualquer poluente pode fazer mal à saúde e devemos, na medida do possível, buscar ações individuais e também junto aos governantes, para uma proteção adequada do meio ambiente. Por isso, viver em áreas menos poluídas e menos industrializadas pode fazer a diferença. “Alguns pesquisadores estudam a relação de substâncias presentes em plásticos e revestimentos internos de latas e o desenvolvimento da endometriose, mas não há nada conclusivo até o momento”, aponta a ginecologista.

Além disso, muitos dos estudos sobre as causas da endometriose relacionam os fatores imunológicos. No caso da menstruação retrógada, por exemplo, o tecido consegue grudar em locais inadequados porque, possivelmente, essas pacientes apresentam alterações imunológicas. “Embora ainda não se tenha confirmação científica, o estresse emocional está relacionado com a queda da resistência do organismo e poderia facilitar essas mudanças”, sugere a especialista. 

exercício regular aeróbico, por sua vez, está relacionado com a melhora da resistência imunológica e, então, seguindo este raciocínio, poderia ajudar a paciente. A malhação pode, inclusive, aliviar as cólicas e até fazer regredir o tecido do útero que cresceu fora de lugar. 

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mladensky/Thinkstock/Getty Images
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Ter uma alimentação saudável também pode ajudar a diminuir as chances de ter endometriose ou de, pelo menos, evitar a progressão da doença. “A alimentação é parte do caminho para estar em um peso adequado. Menos gordura corporal colabora com a produção ideal de hormônios femininos e pode ajudar no controle da endometriose”, alerta a Dra. Bárbara. Para isso, é importante apostar em uma nutrição rica em fibras e pobre em gordura animal. “Alguns nutrientes, como as vitaminas do Complexo B, Magnésio e o Ômega-3 parecem ter efeitos anti-inflamatórios e, portanto, poderiam ajudar no controle da doença, embora ainda não exista nenhuma comprovação sobre isso”, completa.

Confira alguns exemplos de alimentos fontes desses nutrientes:
Vitaminas do complexo B: alimentos integrais, folhas verdes escuras, carnes, peixes, queijos, feijões, cogumelos, algas marinhas, gema de ovo, sementes de girassol e geleia real.
Magnésio: folhas verdes escuras (agrião, rúcula, espinafre, escarola, chicória, almeirão, brócolis, couve-de-bruxelas, couve-manteiga), alimentos integrais (gérmen de trigo, arroz, aveia, centeio, cevada, milho, quinoa, amaranto) e semente de girassol.
Ômega-3: linhaça, óleo de canola ou de soja, peixes (sardinha, arenque, salmão, atum, truta), folhas verdes escuras (agrião, hortelã, brócolis cru, couve-manteiga crua), soja, milho, aveia, abacate, algas marinhas e semente de chia.

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Ademais, vale ressaltar que o consumo de álcool pode ter relação com alterações hormonais e que o tabagismo é um hábito que, além de aumentar o risco de diversas doenças, também pode estar relacionado com problemas de fertilidade.

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