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Drauzio Varella: “Aborto já é livre no Brasil. Proibir é punir quem não tem dinheiro”

Em entrevista, o médico criticou a abordagem religiosa do tema - debate reacendido pela epidemia de zika vírus e os casos de microcefalia - e afirmou que a questão não é sobre moralidade, mas sobre desigualdade social.

Por Redação CLAUDIA
Atualizado em 28 out 2016, 14h38 - Publicado em 2 fev 2016, 13h40
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Médico mais popular do Brasil, famoso por quadros na televisão, vídeos em redes sociais e sucesso de vendas nas livrarias, Drauzio Varella é incisivo quando o assunto é a interrupção da gestação. “O aborto já é livre no Brasil. É só ter dinheiro para fazer em condições até razoáveis. Todo o resto é falsidade. Todo o resto é hipocrisia”.

Em entrevista à BBC, Varella critica a abordagem religiosa do tema – debate que foi reacendido pela epidemia de zika vírus e os casos de microcefalia – e afirmou que a questão não é sobre moralidade, mas sobre desigualdade social.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma brasileira morre a cada dois dias por conta de procedimentos mal feitos e um milhão de abortos clandestinos seriam feitos no país todos os anos. “A mulher rica faz normalmente e nunca acontece nada. Já viu alguma ser presa por isso? Agora, a mulher pobre, a mulher da favela, essa engrossa estatísticas. Essa morre. Proibir o aborto é punir quem não tem dinheiro”, prossegue Varella, que não acredita que a descriminalização funcione como um incentivo ao processo ou como um “substituto” para os métodos contraceptivos.

“Não sou defensor do aborto e ninguém é. Qual é a mulher que quer fazer o aborto? É uma experiência absurdamente traumatizante, uma tragédia. A questão não é essa”, fala em referência às disparidades sociais em nosso país.

Também segundo a OMS, cerca de 25 países já registram casos de zika e já existe um alerta para epidemia global. Já para esses casos, Varella diz não ter opinião formada. “Na microcefalia, o diagnóstico definitivo é feito em geral próximo ao 3º trimestre. Você pega um feto aos sete meses e ele está quase nascendo”, diz. “Mas é lógico que eu respeito (qualquer decisão). “O importante é dar liberdade aos que pensam diferente”, afirma o médico. “Essa é a questão fundamental do aborto”.

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O que diz a ciência?

“Até o 3º trimestre de gravidez, não há nenhuma possibilidade de arranjo do sistema nervoso que se possa qualificar como atividade cerebral em qualquer nível, a não ser neurônios tentando se conectar”. E continua: “Muitos consideram que a vida humana começa no instante da fecundação. Mas, por esse raciocínio, a então vida começa antes, porque o espermatozoide é vivo e o óvulo também”.

Religião

Drauzio faz críticas duras a quem argumenta contra o aborto a partir de princípios religiosos. “O poder das igrejas católicas e evangélicas é absurdo”, diz. “Mas não está certo a maioria impor sua vontade. Respeitar opiniões das minorias é parte da democracia. Tem que respeitar os outros, o modo dos outros de ver a vida”. 

“Ninguém pode se considerar dono da palavra de Deus, intermediário entre deuses e seres humanos, para dizer o que todos devem fazer. Muitos religiosos pregam que o aborto não é certo. Se não está de acordo, não faça, mas não imponha sua vontade aos outros”, completa.

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