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Dieta low fodmaps: o que é e como ajuda quem tem distúrbios intestinais

A retirada de alguns tipos de carboidratos muda a vida de quem tem SII (síndrome do intestino irritável) e outras alterações gastrointestinais.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 15 jan 2020, 07h24 - Publicado em 9 nov 2019, 08h30
Women stomachache (krisanapong detraphiphat/Getty Images)
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Gases, inchaço e um desconforto intestinal diferente de tudo que já havia sentido. Quando Luiza França começou a notar estes sintomas com muita frequência – sua vida de analista de marketing digital é uma maratona, o que faz muitos incômodos chegarem e sumirem sem criar preocupação, “então ter notado realmente foi algo grande”, destaca – e procurou um médico para investigar o que estava acontecendo, conheceu o conceito de dieta low fodmaps.

“É a dieta que salva meu dia a dia e minha qualidade de vida. Depois de um período bem chato de exclusão de condições, fui diagnosticada com SII, a síndrome do intestino irritável, e excluir os grupos de carboidratos incluídos na fodmaps acabou com todos os meus desconfortos”, lembra ela, que conta ainda que “às vezes, por comer um desses alimentos sem saber que eram eles que lhe faziam mal, chegava a inchar a ponto de ter que abrir o primeiro botão da calça.”

Luiza não está sozinha: estudos realizados na França, no Canadá, nos EUA e na Holanda apontam que cerca de 10% da população sofra de SII. E a maioria nem sabe; acha que o inchaço, as cólicas, a diarreia hoje e o intestino preso amanhã e todos os sintomas dessa condição são apenas “alguma comida que não caiu bem”. Por isso é importante entender o problema e, caso haja identificação com ele, procurar ajuda médica para resolvê-lo.

Entenda a dieta low fodmaps

A palavra “fodmap” é a junção das iniciais em inglês dos grupos de carboidratos fermentáveis oligossacarídeos (fruto e galacto), dissacarídeos, monossacarídeos e polióis.

A dieta lowfodmaps tira das refeições alimentos compostos por esses carboidratos de cadeia curta, que têm uma digestão mais difícil e sensibilizam o intestino delgado dessas pessoas que sofrem de SII.
O que agrava sua lenta digestão é o fato de eles absorverem mais água para o meio intestinal e, assim, serem rapidamente fermentados por bactérias – o que facilita o surgimento de todos os desconfortos que mencionamos antes.

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Saiba quais são os alimentos excluídos pela dieta low fodmaps

Aqui é melhor falarmos de grupo em grupo. Vamos lá!

Fruto-oligossacarídeos: cebola, alho, trigo, centeio, beterraba, couve, ketchup, maioneses, carnes processadas (salsicha e presunto, por exemplo).

Galacto-oligossacarídeos: lentilha, grão-de-bico, feijão, grãos integrais de soja.

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Dissacarídeos: leite de vaca, de cabra e de ovelha, queijo ricota, cottage, sorvete, iogurte e produtos derivados dos leites em geral.

Monossacarídeos: maçã, pera, manga, aspargos, ervilhas, xarope de milho, mel artificial, biscoitos, refrigerantes e geleias.

Polióis: pêssego, damasco, ameixa, abacate, cogumelos, adoçantes com xilitol, manitol e sorbitol.

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A dieta low fodmaps cura a SII?

Não. Ela ajuda a amenizar e até a eliminar os sintomas, mas não cura definitivamente. A questão é que a SII também é relacionada a fatores neuropsicológicos, o que significa que o emocional interfere em seu desenvolvimento e cura.

Para se livrar desse distúrbio, é preciso, ao mesmo tempo que se segue a dieta low fodmaps, tratar o psicológico. Alguns estudos indicam que medicamentos neuromoduladores associados a psicoterapia apresentam bons resultados no caminho da cura da SII.

Qualquer pessoa pode fazer a dieta low fodmaps?

Poder, pode. Mas benefícios reais só tem quem sofre de SII ou outras alterações gastrointestinais, como a disbiose (um desequilíbrio da microbiota intestinal). Em quem não tem o intestino acometido por essas condições, os carboidratos fodmaps não causam nenhum desconforto ou inchaço.

Fontes consultadas: Silvia Ribeiro Messalem (nutricionista do Hospital Edmundo Vasconcelos) e Debora Poli (gastroenterologista do Hospital Santa Paula)

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