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Aqui está o argumento histórico para dormir duas vezes por dia

Estudo aponta que é natural o corpo estar preparado para adormecer em duas etapas

Por Redação CLAUDIA
Atualizado em 28 out 2016, 14h38 - Publicado em 20 jun 2016, 14h17
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Estudo de duas pesquisadores australianas, Melinda Jackson e Siobhan Banks, sugerem que, no passado, dividir o sono em duas partes era comum. Dormia-se um pouco, fazia-se algumas atividades e voltava-se a dormir em seguida. Existem referências ao “primeiro” e ao “segundo sono” na literatura até o século 19, mas parece que o costume começou a desaparecer já no século 17. As pesquisadoras defendem que é natural o corpo estar preparado para adormecer em duas etapas, o que poderia ser uma explicação para os casos de insônia. 

De acordo com o artigo, há evidências antropológicas de que, na Europa pré Revolução Industrial, o sono em duas etapas era considerado norma. Após o crespúsculo, os camponeses dormiam algumas horas, acordavam um pouco depois e mantinham-se de pé por cerca de duas horas, voltando para a cama em seguida. 

O costume começa a desaparecer das classes mais abastadas do norte da Europa para o restante da sociedade, até o século 19, quando passou a ser raro. O artigo aponta que, na época, começam a aparecer os primeiros registros de insônia. A ideia moderna de que o ideal é manter uma noite de sono ininterrupto, que pressionaria as pessoas a voltar a dormir rapidamente, estariam perpetuando o problema. 

Outra evidência é que, no início dos anos 1990, o psiquiatra Thomas Wehr conduziu um experimento em que expôs um grupo de pessoas a um pequeno período de luz, ficando 14 horas no escuro em vez das típicas oito horas por um mês. Demorou um tempo até o sono deles se regularizar, mas na quarta semana o sono em duas etapas emergiu. Eles dormiam por quatro horas, depois acordavam por uma a três horas, voltando a dormir por quatro horas. A pesquisa indica que o sono em duas fases é natural. 

Uma forma de colocar o hábito em prática seria a siesta, aquela soneca após o almoço. No entanto, diante das limitações da vida moderna, as pesquisadoras apontam a dificuldade de trazer a norma de volta aos hábitos de sono, já que seria preciso bastante flexibilidade na rotina. 

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