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Tudo sobre clamídia: Causas, sintomas e tratamento

Considerada uma das principais causas de infertilidade em todo o mundo, ela é uma doença sexualmente transmissível

Por Débora Stevaux Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 jan 2020, 16h59 - Publicado em 16 nov 2017, 16h14

Todo ano cerca de 92 milhões de pessoas ao redor do mundo são contaminadas pela bactéria Chlamydia Trachomatis, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O nome pode parecer estranho, mas o problema é extremamente comum em homens e mulheres: o microorganismo é causador de uma infecção chamada de clamídia, a mais comum e prevalente doença sexualmente transmissível (DST) em pacientes em idade idade fértil.

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Transmitida sexualmente, a clamídia pode atingir tanto o trato feminino, quanto masculino e causar danos no sistema reprodutivo de ambos os sexos e, em casos mais graves, levar à infertilidade. “Por se tratar de uma doença sexualmente transmissível, está relacionada a falta do uso de preservativo durante as relações sexuais e possui um risco maior para aquelas pessoas que possuem múltiplos parceiros”, explica Giuliano Bedoschi, especialista em reprodução humana da clínica Mater Prime.

Sintomas

Cerca de 80% dos pacientes não apresentam sintomas, o que torna o diagnóstico ainda mais difícil de ser determinado. “O que é extremamente complicado, porque algumas pessoas que já têm, nunca souberam que são portadoras”, esclarece o especialista. “No caso das mulheres, especificamente, a dor abdominal e pélvica, popularmente chamada de dor no ‘pé-da-barriga’ é um dos sintomas mais recorrentes. Porém, esse sinal pode ser facilmente confundido com infecção urinária, visto que as regiões que são acometidas pela dor são as mesmas.”

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Além desse sintoma, outro sinal característico é o aparecimento de um corrimento com odor bem forte, tanto em pacientes homens, quanto mulheres. “A dor na região pélvica aparece quando a infecção já atingiu as trompas, tanto é que a maioria das pacientes que estão com clamídia e são submetidas ao exame do toque do colo do útero, sentem uma dor muito intensa quando tentamos mobilizar essa região”, esclarece o médico.

Nos homens, os sintomas são mais locais, conforme explica o Bedoschi. “Se o paciente sente ardor ao urinar e percebe um pouquinho de corrimento saindo pelo orifício da uretra, é sinal de atenção, pois é bem possível que seja um sinal de uretrite, ou seja, uma inflamação na uretra, canal pelo qual passa a uretra”, analisa.

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Caso o quadro se agrave, é possível que haja também uma inflamação do epidídimo, região onde os espermatozóides ficam abrigados por um período de 15 dias. Nesse caso, o testículo pode ser atingido, comprometendo, assim, a fertilidade dos homens.

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Outras formas de contágio

Bedoschi explica que há outras formas de transmissão da bactéria além da penetração. “O sexo oral e anal também pode acarretar o contágio. E há outras formas, mesmo que sejam mais raras, que também podem propiciar a entrada do microorganismo. Uma delas, no caso das mulheres, pode ser o procedimento de colocação do DIU. Isso ocorre quando a área não está bem higienizada e a paciente já possua a infecção ativa. Nesse caso, você estará colocando a bactéria para dentro do sistema reprodutivo da mulher, o que é extremamente perigoso”, comenta. O especialista comenta que outros procedimentos cirúrgicos, como a curetagem,  podem servir como porta-de-entrada para as bactérias.

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Diagnóstico

Caso os sintomas apareçam, o diagnóstico pode ser feito com mais clareza. “Tanto para pacientes homens, quanto mulheres, se há a presença de corrimento com cheiro forte, os especialistas podem requerer um exame de cultura para analisar a presença da bactéria”, explica o médico.

Se as pacientes estão sentindo fortes dores na região pélvica, o exame de toque do colo do útero é uma das formas eficazes para determinar elas possuem ou não a doença, mas é importante que os sinais sejam analisados em conjunto, para que os médicos não confundam a clamídia com infecção urinária, por exemplo.

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Além disso, exames de sangue são importantes para demarcarem a presença elevada de anticorpos, um quadro comum quando se trata de infecções de quaisquer natureza, pois as células de defesa do corpo aumentam para combater a enfermidade. Bedoschi aponta para a necessidade do tratamento ser realizado o quanto antes para evitar que a bactéria infecte o trato reprodutivo e comprometa a fertilidade dos pacientes. “Você não necessariamente precisa esperar o resultado desses exames para iniciar o tratamento, que pode ser começado antes mesmo da confirmação”, pontua.

Cura

Visto que se trata de uma bactéria, a clamídia tem cura e o tratamento medicamentoso é feito com antibióticos de via oral, geralmente ministrados pelo período de duas semanas, tanto nos homens, quanto nas mulheres. Em situações mais graves, quando se trata de pacientes do sexo feminino, o procedimento cirúrgico pode ser necessário, quando a bactéria já atingiu as trompas.

“Nesse caso, ocorre o que podemos chamar de abscesso tubário, ou seja, quando se forma uma cavidade de pus dentro das tubas uterinas, como uma reação de defesa do corpo. Esse quadro é caracterizado como uma infecção extremamente grave e pode provocar febre nas pacientes, e se não for tratada adequadamente pode culminar numa infecção generalizada”, alerta.  

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Portanto, esse procedimento cirúrgico é de extrema urgência e representa um comprometimento bem expressivo da fertilidade da paciente, pois, na maioria das vezes, a trompa precisa ser retirada. “Na maioria das vezes, os dois lados estão comprometidos e é recomendado a retirada das duas estruturas, responsáveis por transportar os óvulos quando rompem a superfície do ovário até a cavidade do útero”, adverte o especialista.

Bedoschi alerta que, como se trata de uma doença sexualmente transmissível, os dois parceiros ou parceiras precisam receber o tratamento, e reforça: “A principal forma de se prevenir contra a infecção causada pela bactéria é fazendo uso do preservativo durante as relações sexuais e sempre realizar exames de rotina para se assegurar de que está tudo bem.”

Infertilidade

De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a clamídia está entre uma das principais causas de infertilidade no mundo, tanto é que especialistas que formam o órgão apontaram que tratar corretamente a infecção seria uma das formas mais eficazes para combater a infertilidade em nível mundial.

“A bactéria está diretamente ligada a incidência da doença tubária, ou seja, que atinge as tubas uterinas, infectando o trato reprodutivo. Essa estrutura extremamente sensível, fina e delicada, sofre com uma inflamação no local, acarretando, assim deformações que prejudicam o seu funcionamento”, esclarece.

Nos pacientes do sexo masculino, a clamídia pode não só diminuir como piorar a qualidade dos espermatozóides. “A bactéria interfere na capacidade de movimentação dos espermatozóides, chamada tecnicamente de motilidade”, acrescenta. No caso de mulheres grávidas, é importante que os exames de pré-natal sejam realizados com frequência, pois a bactéria pode ser transmitida para o bebê e causar, quando o tratamento não é feito adequadamente, cegueira no pequeno.

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